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Trump ameaça cortar as verbas e retirar os EUA da OMS

Presidente dos EUA exige “grandes melhorias nos próximos 30 dias” para não retirar o país do órgão, do qual é o maior doador

Trump, nesta segunda-feira em uma mesa redonda com empresários na Casa Branca.
Trump, nesta segunda-feira em uma mesa redonda com empresários na Casa Branca.Contacto (Europa Press)
Amanda Mars

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta segunda-feira cortar permanentemente os recursos para a Organização Mundial de Saúde (OMS) – suspensos no momento— e retirar seu país desse órgão por causa da maneira como lidou com a pandemia do coronavírus, que já matou mais de 317.000 pessoas em todo o mundo. "Se a OMS não se comprometer com melhorias substanciais nos próximos 30 dias, tornarei permanente minha suspensão temporária de verbas para a OMS e reconsiderarei nossa filiação ao órgão”, alertou Trump em uma carta ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. A ameaça de Trump ocorre no mesmo dia em que o dr. Tedros, como é chamado na OMS, anunciou que aceita uma avaliação independente da resposta dessa agência da ONU e de seus Estados membros à crise.

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Na carta de quatro páginas, Trump anunciou que seu Governo e o chefe do órgão da ONU “já começaram conversações sobre como reformar a organização”, mas acrescentou que “não há tempo a perder” e que "é necessário agir rapidamente”. O presidente dos EUA condenou o que, na sua opinião, é “uma alarmante falta de independência da OMS em relação à China” e deixou claro que as reformas que Washington exige passam pelo seu distanciamento de Pequim. “O único meio de a OMS é se realmente for capaz de demonstrar independência da China”, disse Trump na carta, que compila uma lista de danos atribuídos a Pequim e ao dr. Tedros por sua gestão da pandemia de coronavírus.

Trump ordenou em 14 de abril o congelamento das verbas que os Estados Unidos, como principal doador, enviam para a OMS enquanto analisa o papel do órgão no que definiu como “uma grave má administração e encobrimento da expansão do coronavírus”. Na carta desta segunda-feira, Trump deu por concluída essa “revisão” com a qual os Estados Unidos “confirmaram muitos dos graves problemas” que haviam apontado.

Dessa forma, Trump redobrou sua cruzada contra a OMS no dia em que os Estados Unidos ultrapassaram a cifra de 90.000 mortes pela covid-19 e mais de 1,5 milhão de casos confirmados, tornando-se o país mais afetado, de longe, pela pandemia.

Quando Trump lançou sua ofensiva contra a OMS há um mês, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que agora “não é o momento” nem para questionar a agência nem cortar seus recursos. Depois de virar a página desta epidemia, deverá haver um momento para olhar para trás e entender como essa doença surgiu e como sua devastação se propagou tão rapidamente por todo o mundo, e como todos os envolvidos reagiram à crise. Mas agora não é o momento”, afirmou, então, Guterres.

Ao longo de mais de três anos na Casa Branca, Trump não titubeou em romper o consenso internacional ao retirar os Estados Unidos da Unesco, do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, do Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas e do pacto nuclear com o Irã.

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