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Trump acusa governadores democratas de atrasarem reabertura para prejudicá-lo politicamente

Presidente incentiva volta à normalidade nos Estados, apesar de a maioria deles descumprir as metas de controle da pandemia estabelecidos pela própria Casa Branca

Amanda Mars
Donald Trump fala à imprensa em 5 de maio.
Donald Trump fala à imprensa em 5 de maio.Evan Vucci (AP)
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A supporter of the Brazilian President Jair Bolsonaro gestures during a motorcade to protest against the Brazilian Supreme Court, amid the coronavirus disease (COVID-19) outbreak, in Brasilia, Brazil May 9, 2020. REUTERS/Ueslei Marcelino
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O ritmo de reabertura dos Estados Unidos já se transformou em mais uma batalha política e em uma boa fonte de confusão para seus cidadãos em plena crise do coronavírus. O presidente Donald Trump não deixa de pedir rapidez na volta à normalidade, enquanto os especialistas e as diretrizes aprovadas por ele mesmo para frear os contágios recomendam o contrário. Nesta segunda-feira, Trump foi além e acusou os democratas de se empenharem em atrasar a reativação da economia com o propósito de prejudicá-lo nas eleições de novembro, quando busca renovar seu mandato.

As restrições foram impostas e precisam ser revogadas pelos governadores, através de ordens executivas (decretos), mas a Administração federal também influencia e deve ser levada em conta, no mínimo porque distribui os recursos de emergência. Trump lançou a acusação a partir da situação da Pensilvânia. “O grande povo da Pensilvânia quer sua liberdade agora e está perfeitamente consciente do que isso acarreta. Os democratas estão se mexendo devagar, nos Estados Unidos inteiro, por motivos políticos. Se dependesse deles, esperariam até 3 de novembro. Não façam jogo político. Ajam com segurança, mas mexam-se com rapidez!", escreveu o presidente na sua conta do Twitter.

Vários dos Estados mais castigados pela pandemia são justamente governados por políticos democratas, como Nova York, Michigan e a Pensilvânia. Todos eles foram alvo de críticas de Trump nas últimas semanas. O aludido desta segunda-feira, o governador da Pensilvânia, Tom Wolf, respondeu que os políticos que estimulam a “abandonar” a luta contra a covid-19 “estão agindo do modo mais covarde possível”.

Os Estados Unidos enfrentam sua pior crise desde a Grande Depressão, com mais de 20 milhões de postos de trabalho destruídos só em abril, e as autoridades sentem a pressão para permitir a reabertura dos negócios, em que embora o ritmo de contágios e mortes ― a famosa curva ― só esteja caindo em Nova York. Dos 30 Estados que começaram a suavizar suas restrições ou o farão a partir desta semana, a maioria descumpre o itinerário traçado pela própria Casa Branca. Um dos requisitos principais é que os territórios tenham registrado uma trajetória descendente dos casos durante pelo menos 14 dias.

O governador de Nova York, o democrata Andrew Cuomo, anunciou que algumas regiões do seu Estado poderão começar a retomar parte da atividade econômica nesta sexta-feira, desde que cumpram os critérios estabelecidos do plano de reabertura que apresentou na semana passada, em coordenação com os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Das 10 regiões do Estado, pelo menos três da zona norte estão em condições de iniciar o processo, segundo o governador, e outras duas estão perto. Apesar dos progressos, a cidade de Nova York, que concentra a maioria dos casos confirmados e mortes pela covid-19, cumpre apenas quatro dos sete critérios necessários, segundo Cuomo. Antes da fala do governador, o prefeito Bill de Blasio advertiu que o fechamento de negócios não essenciais e a proibição de reuniões com mais de 10 pessoas provavelmente continuarão pelo menos até junho.

O início da reabertura ocorre dois meses e meio depois de Nova York registrar seu primeiro caso de contágio pelo novo coronavírus, que provocou mais de 26.000 mortes no Estado. “Este é o seguinte grande passo nesta travessia histórica”, declarou Cuomo. “Estamos agora no outro lado da montanha, recordemos de onde viemos antes de dar este passo adiante”, disse Cuomo, segundo relata o correspondente do EL PAÍS Pablo Guimón.

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