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O programa eleitoral de Lula da Silva: subidas de impostos para os ricos e proteção para as minorias

O candidato de esquerda quer reforçar o papel do Estado na economia e exclui a privatização

AME248. SAO PAULO (BRASIL), 27/09/2022.- El exmandatario Luiz Inácio Lula da Silva, favorito para las elecciones presidenciales del próximo domingo, participa en una reunión con deportistas hoy en Sao Paulo (Brasil). La diputada Gleisi Hoffmann, coordinadora de la campaña de Luiz Inácio Lula da Silva, manifestó este martes su preocupación con una posible abstención elevada en las presidenciales del domingo, para las que el exmandatario brasileño parte como el gran favorito. EFE/Fernando Bizerra
AME248. SAO PAULO (BRASIL), 27/09/2022.- El exmandatario Luiz Inácio Lula da Silva, favorito para las elecciones presidenciales del próximo domingo, participa en una reunión con deportistas hoy en Sao Paulo (Brasil). La diputada Gleisi Hoffmann, coordinadora de la campaña de Luiz Inácio Lula da Silva, manifestó este martes su preocupación con una posible abstención elevada en las presidenciales del domingo, para las que el exmandatario brasileño parte como el gran favorito. EFE/Fernando Bizerra Fernando Bizerra (EFE)
Jon Martín Cullell

O programa de Luiz Inácio Lula da Silva busca a “reconstrução” do Brasil. Na política econômica, o candidato esquerdista do Partido dos Trabalhadores propõe o fortalecimento do papel do Estado e o aumento dos impostos sobre os ricos. A agenda social enfatiza a proteção das minorias raciais e das mulheres. Além de recordar o que foi feito durante seus dois mandatos (2003-2010), o programa não entra em detalhes e se limita a generalidades.

Economia

Aumentar o salário mínimo acima da inflação e estender a proteção social a novas formas de emprego, tais como o de entregadores. Para combater a inflação, ele propõe a regulamentação dos estoques de produtos agrícolas e a “brasilização” dos preços dos combustíveis, de acordo com os “custos nacionais”. Isso está ligado a um plano para a reindustrialização do Brasil e deter ou reverter a privatização de empresas paraestatais como Correos e Eletrobras. A mineração, de acordo com o programa, também deveria ser estimulada, embora com uma regulamentação “melhorada”.

Impostos

Colocar “o povo no orçamento” é uma das frases mais repetidas em sua campanha. Isso se traduz na eliminação do teto de gastos, uma emenda constitucional de 2016 que impõe um limite para o crescimento dos gastos públicos. Ele também defende um sistema fiscal mais progressivo e menos dependente de impostos sobre o consumo, o que prejudica os pobres. Lula quer que os ricos paguem mais, sem detalhar quanto mais, e que combatam a evasão fiscal.

Política social

Diante do Auxilio Brasil de Bolsonaro, o candidato conta com sua intenção de resgatar urgentemente o famoso programa Bolsa Família de ajuda aos mais necessitados, embora não mencione números. O objetivo a longo prazo, diz ele, é uma renda básica universal para cada cidadão. O programa fala também da proteção das minorias. Para os negros, propõe-se assegurar a continuidade das quotas raciais no ensino superior e nas oposições governamentais; para os povos indígenas, afirmar sua posse de terras para evitar atividades predatórias.

Segurança

Priorizar a prevenção e o “uso qualificado” da polícia. Ele se propõe a dar um tratamento especial aos feminicídios e crimes contra a juventude negra e contra a população LGBT. Além disso, o candidato propõe uma nova política de drogas que substitui o atual “modelo de guerra” por um baseado no uso de informações de inteligência para desmantelar as quadrilhas criminosas.

Ambiente

Cumprir as metas de redução de emissões poluentes estabelecidas no Acordo de Paris e “ir além”. Lula recorda as reduções do desmatamento ilegal durante seus mandatos, e promete uma luta “implacável” contra o desmatamento, assim como a recuperação das áreas afetadas.

Diplomacia

Recuperar a “orgulhosa” política externa de seus mandatos e restabelecer a cooperação com o resto da América Latina e da África. Além disso, ele procura expandir a presença do Brasil em organizações multilaterais e “mais uma vez” fortalecer o Mercosul, a Unasul e o Brics, o grupo de países emergentes que surgiu durante o segundo governo de Lula.

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Sobre la firma

Jon Martín Cullell
Es redactor de la delegación de EL PAÍS en México desde 2018. Escribe principalmente sobre economía, energía y medio ambiente. Es licenciado en Ciencias Políticas por Sciences-Po París y máster de Periodismo en la Escuela UAM- El PAÍS.
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