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Em Paris, Dilma responsabiliza Samarco pelo desastre do Rio Doce

Presidenta disse que rompimento da barragem é o maior desastre ambiental do Brasil

Dilma Rousseff nesta segunda em Paris.
Dilma Rousseff nesta segunda em Paris.CHRISTIAN HARTMANN (REUTERS)

A presidenta Dilma Rousseff aproveitou sua fala durante a abertura da 21ª Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP21), em Paris, para responsabilizar a "ação irresponsável de uma empresa" que "provocou recentemente o maior desastre ambiental da história do Brasil na grande bacia hidrográfica do Rio Doce". É a primeira vez que Rousseff classifica o desastre de Mariana como o maior do país. "Estamos reagindo a um desastre por medida de redução de danos, apoio as populações atingidas, prevenção de novas ocorrências e também punindo severamente os responsáveis por essa tragédia", disse.

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Ocasionado pelo rompimento de uma barragem de rejeitos da mineradora Samarco, o desastre que atinge toda a bacia hidrográfica do Rio Doce foi o mote usado pela presidenta para dizer que as mudanças climáticas, “um dos maiores desafios globais contemporâneos”, devem ser combatidas com um acordo “legalmente vinculante” – ou seja, com caráter compulsório para os países signatários.

“Nosso acordo não pode ser apenas uma simples soma das melhores intenções de todos. Ele definirá caminhos e compromissos que devemos percorrer para juntos vencer o desafio planetário do aquecimento global”, disse. O ponto defendido por Rousseff é um dos mais sensíveis da COP21, já que alguns países, como os EUA, resistem a um acordo como esse.

Outro ponto defendido pela presidenta é o de que os diferentes níveis de desenvolvimento socioeconômico dos países também devem ser levados em conta. “Longe de enfraquecer o enfrentamento da mudança do clima a diferenciação é condição para sua eficácia global. Cabe ao acordo de Paris propiciar as condições para que todos os países em desenvolvimento possam trilhar os caminhos da economia de baixo carbono superando a extrema pobreza e reduzindo as desigualdades”, defendeu.

Rousseff também disse ser importante haver um mecanismo de revisão periódica do acordo e lembrou que “ao longo da última década, as taxas de desmatamento na Amazônia caíram cerca de 80%”. A meta brasileira é reduzir em 43% as emissões de carbono no ano 2030 em comparação com 2005.

“A COP21, estou segura, representará um marco histórico na construção do que é proposto na Agenda 2030: um mundo desenvolvido e inclusivo. Nada mais justo que isso ocorra nesta cidade, cenário de grandes transformações na História do mundo nos últimos séculos”, concluiu a presidenta em sua fala de abertura.

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