Primeiro-ministro do Haiti, Claude Joseph, deixará o cargo e passará o poder a um novo Governo
Ariel Henry, que havia sido nomeado pelo presidente Jovenel Moïse dois dias antes do assassinato, assumirá a liderança do país
![Catalina Oquendo](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/https%3A%2F%2Fs3.amazonaws.com%2Farc-authors%2Fprisa%2Fe4a7e493-8be0-45d8-8236-bca64b6054b4.png?auth=51a760c8e570444be3ddd247f9289f107f96b01bb9af3b3b49bb4e64a104d37e&width=100&height=100&smart=true)
![Ariel Henry Haiti](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/YC4ZP4DJHPYK4XL2OUS45DBF4Y.jpg?auth=0ba9647e1d65b8715ad76c1f39243497d014bc6feffb40fe528d23dd6b6b24ad&width=414)
O primeiro-ministro Claude Joseph, que dirige o Haiti desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 7 de julho, renunciará nesta terça-feira e entregará o poder a Ariel Henry, segundo o ministro de Assuntos Eleitorais, Mathias Pierre. Henry tinha sido nomeado primeiro-ministro dois dias antes da morte de Moïse, mas não chegou a tomar posse do cargo. Joseph reassumirá o cargo de ministro das Relações Exteriores e se espera que nesta terça seja anunciado um novo Governo no país.
Em abril, o presidente Jovenel Moïse havia nomeado Joseph, até então Ministro das Relações Exteriores, como o homem-chave em seu Gabinete, com o objetivo de conter a onda de sequestros e crimes urbanos. No entanto, o assassinato agravou a situação de incerteza no país. Embora Henry tenha sido oficialmente nomeado, Joseph continuava no cargo como interino.
A Constituição estabelece que, em caso de morte do presidente, o Conselho de Ministros, chefiado pelo primeiro-ministro, exerce o poder executivo até a eleição de um novo governante. As eleições presidenciais e legislativas estão convocadas para 26 de setembro. Com o anúncio desta segunda-feira, Henry ficará no poder até que as eleições sejam realizadas.
Representantes das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos (OEA) instaram neste fim de semana Ariel Henry a formar um novo Governo. Em um comunicado, expressaram o desejo de que “todos os atores políticos, econômicos e da sociedade civil do país apoiem plenamente as autoridades” na organização de “eleições livres, justas, transparentes e confiáveis o mais rápido possível” e no restabelecimento da segurança.
![Ariel Henry, que assumirá o cargo de primeiro-ministro do Haiti, em uma foto de suas redes sociais.](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/DQP7LKZLGZF3FC7NYPYSUFBVTU.jpg?auth=e49ece4063c9f70a3f4d3e2ec12dd3bf57a509f28c4f28e31a5dd2ab2e1526ee&width=414)
Henry foi nomeado primeiro-ministro em 5 de julho, mas não chegou a assumir cargo. Após a morte de Moïse, estavam na disputa pelo poder o seu nome, o de Claude Joseph e o de Joseph Lambert, presidente do Senado.
Joseph recebeu no sábado Martine Moïse, a viúva do presidente Jovenel Moïse, em seu retorno ao Haiti para o funeral do presidente. A primeira-dama ficou ferida durante o assassinato do marido e estava se recuperando em um hospital da Flórida. Enquanto se coordenam os preparativos para o funeral em 23 de julho, avançam as investigações das autoridades judiciais. Até o momento, 24 ex-militares colombianos foram identificados como autores materiais, dos quais 18 foram capturados pelas autoridades caribenhas, três foram mortos em operações policiais e outros três estão foragidos.
As investigações indicam também a participação de membros da empresa CTU Security, dirigida pelo venezuelano Antonio Intriago, que teria recrutado os pistoleiros, e o envolvimento da empresa Worldwide Capital, do equatoriano Walter Veintemilla, na compra dos bilhetes aéreos.
Pelo menos dois ex-militares se encontraram com o médico Emmanuel Sanon, detido como suposto instigador do magnicídio, e com o ex-funcionário do Ministério da Justiça do Haiti Jospeh Badio, que deu a ordem aos ex-militares colombianos para assassinar o presidente Jovenel Moïse, de acordo com diretor da polícia colombiana, Jorge Luis Vargas. “Em uma reunião com Badio e outra pessoa chamada Askard, os ex-militares colombianos Duberney Capador (morto) e Germán Rivera foram informados de que supostamente iriam prender o presidente”, disse ele.
Enquanto os detalhes do crime aparecem a conta-gotas, as autoridades consulares colombianas esperam viajar para a ilha para conhecer a situação judicial dos ex-militares envolvidos e repatriar os corpos dos três abatidos.
Apoie a produção de notícias como esta. Assine o EL PAÍS por 30 dias por 1 US$
Clique aquiApoie nosso jornalismo. Assine o EL PAÍS clicando aqui
Inscreva-se aqui para receber a newsletter diária do EL PAÍS Brasil: reportagens, análises, entrevistas exclusivas e as principais informações do dia no seu e-mail, de segunda a sexta. Inscreva-se também para receber nossa newsletter semanal aos sábados, com os destaques da cobertura na semana.
Mais informações
![Cidadãos haitianos mostram seus passaportes para pedir asilo em frente à embaixada dos Estados Unidos em Tabarre, neste sábado.](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/ILDRJ4QYQ3FZNZLCTAU5EKWHTA.jpg?auth=1cd4df8700cbc1371ea120d5780dd4551d3bb10c2c9398874af4f41667d6bc0a&width=414&height=311&smart=true)