A conflituosa relação da jovem argentina que assassinou o namorado
Pai de Nahir Galarza afirmou à polícia que a filha já havia sofrido maus-tratos por parte da vítima

O assassinato cometido por Nahir Galarza, estudante de 19 anos, causou perplexidade entre a população da Argentina. A jovem confessou na sexta-feira ter atirado no namorado, Fernando Pastorizzo, de 21, com a arma do pai, um policial. Horas após a morte do jovem, ela ainda publicou em seu Instagram uma macabra declaração de amor, supostamente para tentar despistar a polícia. A confissão da jovem aconteceu depois que o corpo da vítima foi encontrado ao lado de uma estrada em Gualeguaychú, a 230 quilômetros ao norte de Buenos Aires, e que seu pai foi acusado pelo crime.
Os depoimentos prestados por parentes e amigos do casal revelam uma relação conflituosa:

- Declaração de amor. “Cinco anos juntos, brigando, indo e vindo, mas sempre com o mesmo amor. Te amo para sempre, meu anjo”, foi a mensagem que Galarza escreveu na manhã de sexta-feira em sua conta do Instagram ao lado de uma foto em que Pastorizzo beija seu ombro. Ele já havia sido assassinado.
- “Relacionamento tóxico”. Galarza e Pastorizzo tinham cinco anos de idas e vindas em um relacionamento que a própria irmã do rapaz, Carla Pastorizzo, descreveu como tóxico em uma mensagem nas redes sociais: “A luta feminista contra a violência de gênero também busca dar visibilidade à violência das mulheres em relação aos homens, situações que não são denunciadas por causa da zombaria imposta pelo patriarcado. Hoje foi a vez da minha família e lutarei com mais força do que nunca para que nunca mais aconteça algo assim, que uma consciência seja gerada sobre os relacionamentos tóxicos e a importância de se afastar deles”.
- Não eram “namorados”. O pai da jovem, Marcelo Galarza, disse à imprensa argentina que os jovens nunca foram namorados: “Eles saíam há cinco anos, mas nunca se assumiram como namorados”. Essa afirmação poderia servir para que a jovem enfrentasse um crime de “homicídio simples” – que pode ter penas entre oito e 25 anos de prisão – em vez de “homicídio agravado pelo vínculo” – que pode levar à prisão perpétua. No entanto, a própria promotoria também duvida do tipo de relação que mantiveram: “A questão do casal é uma situação complexa, porque quando ela prestou depoimento falou sobre um relacionamento aberto, a ideia é poder determinar esse vínculo”, de acordo com o jornal Clarín. .
- Supostos maus-tratos. O pai de Galarza também disse à imprensa argentina que o jovem assassinado havia maltratado a filha: “Mais uma vez, a encontramos muito machucada, com a virilha em carne viva e com sinais de pancadas nas costas. Naquele momento ela nos disse que tinha caído da escada, mas depois descobrimos que ele batia nela”.
- Cenas de violência. No domingo anterior ao crime, Nahir Galarza e uma amiga supostamente agrediram Pastorizzo na saída de uma boate.