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“Te amo para sempre, meu anjo”: a mensagem de uma jovem horas após assassinar o namorado

Nahir Galarza, de 19 anos, confessou ter usado a arma do pai, que é policial, para matar Pastorizzo

Federico Rivas Molina
Nahir Galarza em uma foto das redes sociais
Nahir Galarza em uma foto das redes sociaisInstagram

Cinco anos juntos, brigando, indo e vindo, mas sempre com o mesmo amor. Te amo para sempre, meu anjo”, escreveu Nahir Galarza em sua conta do Instagram na manhã de sexta-feira. O texto estava acompanhado de uma foto do namorado, Fernando Pastorizzo, beijando-a no ombro. Naquele momento, o jovem, de 20 anos, estava morto com dois tiros no peito ao lado de uma estrada em Gualeguaychú, a 230 quilômetros ao norte de Buenos Aires. A mensagem de Nahir não era a de uma namorada devastada por uma perda. Interrogada pela polícia, a jovem de 19 anos confessou ser a autora dos disparos. Usou a pistola de 9 milímetros do pai, um policial.

Nahir desabou depois de prestar depoimento durante horas à Promotoria argentina. Quando todas as perguntas indicavam confirmar a culpa do pai, dono da arma do crime, a mulher confessou às lágrimas: “Chega, fui eu, fui eu, fui eu, tirem a responsabilidade do meu pai e da minha família”. Então ela contou que, às seis da manhã de sexta-feira, depois do crime, voltou para casa, guardou a pistola no estojo do pai e deitou-se para dormir. Quando se levantou, decidiu publicar no Instagram uma mensagem para o namorado morto.

A mensagem postada por Galarza nas redes depois de matar o namorado
A mensagem postada por Galarza nas redes depois de matar o namoradoInstagram

Depois da confissão, Nahir foi transferida para um hospital psiquiátrico, embora o promotor Leandro Beherán, responsável pela investigação, tenha dito que ela não sofre de “problemas psicológicos ou mentais”. “Decidimos mandá-la para a ala de saúde mental porque temíamos que algo acontecesse em uma cela da Delegacia do Menor e da Mulher”, disse Beherán ao jornal El Día, de Gualeguaychú.

Um relacionamento difícil

A relação entre Nahir e Pastorizzo durou cinco anos e entrou em fase terminal em dezembro, inclusive com cenas de violência. No domingo anterior ao crime, Nahir e uma amiga agrediram o jovem na saída de uma boate. A história acabou em tragédia.

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A família da jovem está devastada, de acordo com seu advogado, Víctor Rebossio. “Pude sentir a tristeza desse pai, um policial, quando entregou à Justiça não somente sua arma, mas também a filha. Estão dispostos a enfrentar tudo o que tiver de vir”, disse.

Do outro lado há outra família, a Pastorizzo. No fim do ano, a mãe do jovem, Silvia, se despediu dele com uma mensagem nas redes sociais: “Até logo meu amor!!!! Nos encontraremos em algum lugar para compartilhar nossas conversas, com mate amargo. Você sempre foi uma pessoa sensível e bonita. E tive a imensa alegria e honra de poder ter te admirado como mãe. Você ia ao coração de cada pessoa que conhecia e, nesses momentos, realmente se percebe o ser de luz que você era e todo o amor que despertou!!! Eu te amo com todo meu coração e... até logo minha vida!!!".

Fernando Pastorizzo, a vítima
Fernando Pastorizzo, a vítimaFacebook

A irmã Carla também se despediu dele. “A luta feminista contra a violência de gênero também busca dar visibilidade à violência das mulheres em relação aos homens, situações que não são denunciadas por causa da zombaria imposta pelo patriarcado. Hoje foi a vez da minha família e lutarei com mais força do que nunca para que nunca mais aconteça algo assim, que uma consciência seja gerada sobre os relacionamentos tóxicos e a importância de se afastar deles”, escreveu.

Nahir estuda Direito na Universidade de Concepción e o promotor acusou-a de “homicídio agravado pelo vínculo”, crime que pode ser punido até com prisão perpétua.

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