Primeiro-ministro do Haiti, Claude Joseph, deixará o cargo e passará o poder a um novo Governo
Ariel Henry, que havia sido nomeado pelo presidente Jovenel Moïse dois dias antes do assassinato, assumirá a liderança do país
O primeiro-ministro Claude Joseph, que dirige o Haiti desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 7 de julho, renunciará nesta terça-feira e entregará o poder a Ariel Henry, segundo o ministro de Assuntos Eleitorais, Mathias Pierre. Henry tinha sido nomeado primeiro-ministro dois dias antes da morte de Moïse, mas não chegou a tomar posse do cargo. Joseph reassumirá o cargo de ministro das Relações Exteriores e se espera que nesta terça seja anunciado um novo Governo no país.
Em abril, o presidente Jovenel Moïse havia nomeado Joseph, até então Ministro das Relações Exteriores, como o homem-chave em seu Gabinete, com o objetivo de conter a onda de sequestros e crimes urbanos. No entanto, o assassinato agravou a situação de incerteza no país. Embora Henry tenha sido oficialmente nomeado, Joseph continuava no cargo como interino.
A Constituição estabelece que, em caso de morte do presidente, o Conselho de Ministros, chefiado pelo primeiro-ministro, exerce o poder executivo até a eleição de um novo governante. As eleições presidenciais e legislativas estão convocadas para 26 de setembro. Com o anúncio desta segunda-feira, Henry ficará no poder até que as eleições sejam realizadas.
Representantes das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos (OEA) instaram neste fim de semana Ariel Henry a formar um novo Governo. Em um comunicado, expressaram o desejo de que “todos os atores políticos, econômicos e da sociedade civil do país apoiem plenamente as autoridades” na organização de “eleições livres, justas, transparentes e confiáveis o mais rápido possível” e no restabelecimento da segurança.
Henry foi nomeado primeiro-ministro em 5 de julho, mas não chegou a assumir cargo. Após a morte de Moïse, estavam na disputa pelo poder o seu nome, o de Claude Joseph e o de Joseph Lambert, presidente do Senado.
Joseph recebeu no sábado Martine Moïse, a viúva do presidente Jovenel Moïse, em seu retorno ao Haiti para o funeral do presidente. A primeira-dama ficou ferida durante o assassinato do marido e estava se recuperando em um hospital da Flórida. Enquanto se coordenam os preparativos para o funeral em 23 de julho, avançam as investigações das autoridades judiciais. Até o momento, 24 ex-militares colombianos foram identificados como autores materiais, dos quais 18 foram capturados pelas autoridades caribenhas, três foram mortos em operações policiais e outros três estão foragidos.
As investigações indicam também a participação de membros da empresa CTU Security, dirigida pelo venezuelano Antonio Intriago, que teria recrutado os pistoleiros, e o envolvimento da empresa Worldwide Capital, do equatoriano Walter Veintemilla, na compra dos bilhetes aéreos.
Pelo menos dois ex-militares se encontraram com o médico Emmanuel Sanon, detido como suposto instigador do magnicídio, e com o ex-funcionário do Ministério da Justiça do Haiti Jospeh Badio, que deu a ordem aos ex-militares colombianos para assassinar o presidente Jovenel Moïse, de acordo com diretor da polícia colombiana, Jorge Luis Vargas. “Em uma reunião com Badio e outra pessoa chamada Askard, os ex-militares colombianos Duberney Capador (morto) e Germán Rivera foram informados de que supostamente iriam prender o presidente”, disse ele.
Enquanto os detalhes do crime aparecem a conta-gotas, as autoridades consulares colombianas esperam viajar para a ilha para conhecer a situação judicial dos ex-militares envolvidos e repatriar os corpos dos três abatidos.
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