_
_
_
_

Primeiro encontro de Trump e Putin sob a sombra da trama russa

Trump abriu o encontro, durante a cúpula do G20, dizendo que é "uma honra" estar com o presidente russo

Os líderes dos principais países industrializados e emergente que compõem o G20 se reúnem nesta sexta-feira e sábado, em Hamburgo (Alemanha), com o desafio de fortalecer sua cooperação multilateral, particularmente em relação a assuntos climáticos e comerciais, apesar de ser um momento marcado por tensões com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Trump e o presidente russo Vladimir Putin se encontraram pela primeira vez nesta sexta-feira. O americano abriu a conversa de maneira muito amistosa: "Nós tivemos conversas muito, muito boas e estamos prestes a ter uma agora. Esperamos que ocorram muitas coisas positivas para a Rússia, os Estados Unidos e para todos os envolvidos. E é uma honra estar com você". O Russo, respondeu com a mesma cordialidade: "Estou muito feliz em conhecê-lo pessoalmente".

Mais informações
G20 começa com choques entre manifestantes e polícia em Hamburgo
UE e Japão encaminham pacto comercial e enviam sinal a Trump
Merkel desafia as políticas protecionistas de Trump antes da cúpula do G20
Investir em educação é investir em qualidade de vida
No G-20 existem muitos projetos e um único obstáculo: Donald Trump
G20 enfrenta cúpula de alto risco em Hamburgo

O encontro era esperadíssimo, já que ocorre sob a longa sombra das suspeitas de interferência russa nas eleições que levaram o magnata norte-americano ao poder, no ano passado. Por trás desse assunto espinhoso há uma série de chamativas coincidências ideológicas e de interesses entre os dois líderes, o que não impede, porém, que divergências estratégicas persistam. A seguir, uma reflexão sobre alguns dos principais pontos da relação entre os dois líderes.

CONVERGÊNCIAS

Visão nacionalista

O mantra com o qual Trump conquistou a Casa Branca é a síntese de uma visão nacionalista da política que coincide completamente com a linha seguida por Putin em seu longo período à frente da Rússia. O chefe do Kremlin apela constantemente ao orgulho patriótico e aos valores tradicionais da sociedade russa, construindo cuidadosamente para si a imagem de defensor implacável dos seus interesses. Trump percorre um caminho política semelhante.

Pouca simpatia pela UE

Por motivos diferentes, os presidentes dos EUA e da Rússia não têm nenhum interesse em uma União Europeia fortalecida. Putin deseja que o bloco europeu se fragmente para que ele adquira uma maior capacidade de negociação frente a interlocutores divididos. Trump, por sua vez, desconfia da UE como estandarte político de valores dos quais não compartilha; livre comércio, combate à poluição atmosférica, mesmo que à custa de sacrifícios na estrutura industrial, e cessão de competências nacionais a instituições supranacionais.

Relação conflituosa com a imprensa

Assim que chegou ao poder, Putin iniciou um meticuloso processo destinado a tolher vozes midiáticas críticas às suas políticas. Em circunstâncias muito diferentes, devido à solidez da democracia liberal e do Estado de direito nos EUA, Trump também trava uma batalha própria contra a imprensa independente.

DIVERGÊNCIAS

Oriente Médio

No tabuleiro do Oriente Médio, os dois líderes mantêm posições confrontadas. Trump se alinhou com o eixo sunita capitaneado pela Arábia Saudita. Putin, por sua vez, trabalha ombro a ombro com a potência xiita, o Irã, na defesa do seu aliado comum na Síria, o regime de Bashar al Assad.

Coreia do Norte

Frente à atitude beligerante da Administração Trump na crise norte-coreana, o Kremlin se mantém alinhado à posição da China, o grande protetor de Pyongyang. Ainda nesta semana, Moscou e Pequim emitiram um comunicado conjunto onde pediam aos EUA e à Coreia do Norte que tomassem medidas para reduzir a intensidade da crise, numa significativa demonstração de equidistância.

Ucrânia

Nesta quinta-feira, em Varsóvia, Trump quis pela primeira vez pressionar publicamente a Rússia a respeito do conflito na Ucrânia. O mandatário norte-americano exigiu a Moscou que deixe de implementar “políticas de desestabilização” nesse país e em outros da região. É improvável que essa declaração seja seguida por fatos substanciais, mas sem dúvida ela representa um ponto de inflexão.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_