Brasil registra novo recorde de casos de covid-19 e se torna quarto no mundo em mortes
O contingente de novos casos bateu novo recorde, somando 33.274 notificações nas últimas 24 horas e número de óbitos já chega a 28.834. Bolsonaro, mais uma vez, provoca aglomeração
O Brasil registrou, neste sábado, mais 956 mortes por covid-19, elevando o total de óbitos pela doença para 28.834 e colocando o país um degrau a frente no triste ranking mundial de vítimas. O país é agora o quarto com mais mortes após superar a França (28.774), ficando atrás apenas de Estados Unidos (103.389), Reino Unido ( 38.458) e Itália ( 33.340). A escalada da doença no Brasil parece não dar trégua, enquanto Estados e municípios afrouxam cada vez mais as medidas de isolamento. O contingente de novos casos também bateu um mais um recorde, pelo segundo dia seguido, somando 33.274 notificações nas últimas 24 horas. Já são 498.440, de acordo com o boletim do Ministério da Saúde, que aponta para 200.892 pessoas recuperadas e outras 268.714 em acompanhamento.
Indiferente à curva ascendente da pandemia no país, por mais um final de semana o presidente Jair Bolsonaro, que ainda não escolheu um novo ministro para assumir a pasta da Saúde, desrespeitou as recomendações das autoridades sanitárias de manter o isolamento social para conter a propagação da covid-19. Neste sábado, foi tomar café em uma lanchonete na cidade de Albadiânia, a cerca de 120 quilômetros de Brasília e provocou aglomeração de seguidores. O presidente foi fotografado com uma máscara pendurada no ombro enquanto comia. Chegou a abraçar algumas pessoas, carregou um bebê e tirou fotos com apoiadores sem utilizar a máscara.
De acordo com a assessoria do Palácio, ele estava "em agenda pessoal”. Na parte da manhã, saiu do Palácio do Alvorada e se dirigiu à Base Aérea em Brasília, onde embarcou no helicóptero em direção a Abadiâna. O líder do Governo na Câmara, o deputado Major Victor Hugo (PSL-GO), postou em sua conta no Twitter uma foto dentro do helicóptero com o presidente e com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. No post, Victor Hugo afirmou que a ida a Abadiânia foi para “conversar com a população”. O presidente também esteve com o ministro da Justiça, André Mendonça, e com o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Eduardo Aggio, em uma das ações da Operação Tamoio na BR-060, estrada que liga Brasília a Bela Vista (MS) e passa pelo município goiano. Dentro da aeronave, mais uma vez, todos estavam sem máscara.
Indo pra Abadiânia-GO, com nosso presidente @jairbolsonaro , para conversar com a população. (A cabeça ficou maior pq sou o primeiro da foto... 😂) Ótimo fds a todos! pic.twitter.com/FAVmQ1r1du
— Vítor Hugo (@MajorVitorHugo) May 30, 2020
O comportamento do presidente, que é contrário ao isolamento social imposto por governadores e prefeitos, tem virado rotina durante os fins de semana. No sábado passado, por exemplo, Bolsonaro deixou sua residência para comer um cachorro-quente na rua com sua comitiva. Novamente sem a proteção da máscara, falou com apoiadores e chegou a dizer, enquanto dava risadas, que a imprensa falaria que ele provocou aglomeração.
Apesar de o item ser obrigatório para o combate da pandemia, o Governo do Distrito Federal tem ignorado decretos editados pela administração do Governador Ibaneis Rocha e não multou ninguém por não utilizar a proteção desde o último dia 23, segundo a Folha de S. Paulo.
Neste sábado, Ibaneis Rocha publicou um decreto que permite que, a partir de quarta-feira (3), parques e igrejas de grande porte poderão voltar a funcionar no Distrito Federal. A reabertura desses lugares está autorizada, no entanto, desde que os frequentadores sigam regras de distanciamento social e usem as máscaras.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, também anunciou as regras da abertura gradativa no município. No final da semana, o governador João Doria (PSDB) anunciou um plano de relaxar a quarentena no Estado e colocou a capital no estágio dois, que permitirá a reabertura de centros comerciais, incluindo shoppings centers. A medida foi tomada com o número de casos e mortes ainda em ascensão —neste sábado, o Estado chegou a 107.142 infectados e 7.532 óbitos. Covas estendeu a quarentena em São Paulo, que acabaria neste domingo, até o próximo dia 15, para evitar uma abertura descontrolada dos comércios da cidade. Segundo ele, a partir de segunda a prefeitura começa a receber das entidades os planos de ação para a reabertura, que devem incluir as medidas para mitigar as possibilidades de contágio. Esses planos serão avaliados de acordo com a normas das autoridades sanitárias. Se cumprirem as regras, a abertura será autorizada.
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