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Brasil registra novo recorde de casos de covid-19 e se torna quarto no mundo em mortes

O contingente de novos casos bateu novo recorde, somando 33.274 notificações nas últimas 24 horas e número de óbitos já chega a 28.834. Bolsonaro, mais uma vez, provoca aglomeração

Pessoas utilizando máscaras fazem compras neste sábado em  uma rua de Brasília.
Pessoas utilizando máscaras fazem compras neste sábado em uma rua de Brasília.Joédson Alves (EFE)

O Brasil registrou, neste sábado, mais 956 mortes por covid-19, elevando o total de óbitos pela doença para 28.834 e colocando o país um degrau a frente no triste ranking mundial de vítimas. O país é agora o quarto com mais mortes após superar a França (28.774), ficando atrás apenas de Estados Unidos (103.389), Reino Unido ( 38.458) e Itália ( 33.340). A escalada da doença no Brasil parece não dar trégua, enquanto Estados e municípios afrouxam cada vez mais as medidas de isolamento. O contingente de novos casos também bateu um mais um recorde, pelo segundo dia seguido, somando 33.274 notificações nas últimas 24 horas. Já são 498.440, de acordo com o boletim do Ministério da Saúde, que aponta para 200.892 pessoas recuperadas e outras 268.714 em acompanhamento.

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BRA101. BRASILIA (BRASIL), 29/05/2020. - El presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, sale este viernes del Palacio do Alvorada sede de la Presidencia en Brasilia. La mitad de los brasileños reprueba la gestión del presidente Jair Bolsonaro frente a la pandemia mientras que sólo un 27 % la aprueba, en momentos en que Brasil se confirma como uno de los epicentros del COVID-19 y es el segundo país con más casos en el mundo y el sexto con más muertes. EFE/ Joédson Alves
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Indiferente à curva ascendente da pandemia no país, por mais um final de semana o presidente Jair Bolsonaro, que ainda não escolheu um novo ministro para assumir a pasta da Saúde, desrespeitou as recomendações das autoridades sanitárias de manter o isolamento social para conter a propagação da covid-19. Neste sábado, foi tomar café em uma lanchonete na cidade de Albadiânia, a cerca de 120 quilômetros de Brasília e provocou aglomeração de seguidores. O presidente foi fotografado com uma máscara pendurada no ombro enquanto comia. Chegou a abraçar algumas pessoas, carregou um bebê e tirou fotos com apoiadores sem utilizar a máscara.

De acordo com a assessoria do Palácio, ele estava "em agenda pessoal”. Na parte da manhã, saiu do Palácio do Alvorada e se dirigiu à Base Aérea em Brasília, onde embarcou no helicóptero em direção a Abadiâna. O líder do Governo na Câmara, o deputado Major Victor Hugo (PSL-GO), postou em sua conta no Twitter uma foto dentro do helicóptero com o presidente e com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. No post, Victor Hugo afirmou que a ida a Abadiânia foi para “conversar com a população”. O presidente também esteve com o ministro da Justiça, André Mendonça, e com o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Eduardo Aggio, em uma das ações da Operação Tamoio na BR-060, estrada que liga Brasília a Bela Vista (MS) e passa pelo município goiano. Dentro da aeronave, mais uma vez, todos estavam sem máscara.

O comportamento do presidente, que é contrário ao isolamento social imposto por governadores e prefeitos, tem virado rotina durante os fins de semana. No sábado passado, por exemplo, Bolsonaro deixou sua residência para comer um cachorro-quente na rua com sua comitiva. Novamente sem a proteção da máscara, falou com apoiadores e chegou a dizer, enquanto dava risadas, que a imprensa falaria que ele provocou aglomeração.

Apesar de o item ser obrigatório para o combate da pandemia, o Governo do Distrito Federal tem ignorado decretos editados pela administração do Governador Ibaneis Rocha e não multou ninguém por não utilizar a proteção desde o último dia 23, segundo a Folha de S. Paulo.

Neste sábado, Ibaneis Rocha publicou um decreto que permite que, a partir de quarta-feira (3), parques e igrejas de grande porte poderão voltar a funcionar no Distrito Federal. A reabertura desses lugares está autorizada, no entanto, desde que os frequentadores sigam regras de distanciamento social e usem as máscaras.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, também anunciou as regras da abertura gradativa no município. No final da semana, o governador João Doria (PSDB) anunciou um plano de relaxar a quarentena no Estado e colocou a capital no estágio dois, que permitirá a reabertura de centros comerciais, incluindo shoppings centers. A medida foi tomada com o número de casos e mortes ainda em ascensão —neste sábado, o Estado chegou a 107.142 infectados e 7.532 óbitos. Covas estendeu a quarentena em São Paulo, que acabaria neste domingo, até o próximo dia 15, para evitar uma abertura descontrolada dos comércios da cidade. Segundo ele, a partir de segunda a prefeitura começa a receber das entidades os planos de ação para a reabertura, que devem incluir as medidas para mitigar as possibilidades de contágio. Esses planos serão avaliados de acordo com a normas das autoridades sanitárias. Se cumprirem as regras, a abertura será autorizada.

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