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EUA permitirão a entrada de viajantes vacinados do Brasil e da Europa a partir de novembro

A nova política de viagens vai acabar com as restrições impostas 18 meses atrás, durante a administração Donald Trump. Não foi esclarecido que vacinas serão aceitas

Antonia Laborde
Dezenas de passageiros no Aeroporto Internacional Dulles, em Washington, na Virgínia.
Dezenas de passageiros no Aeroporto Internacional Dulles, em Washington, na Virgínia.DANIEL SLIM (AFP)
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A Casa Branca informou nesta segunda-feira que os Estados Unidos vão suspender as restrições aos viajantes vacinados contra o coronavírus do Brasil, da União Europeia e do Reino Unido, entre outros países, no início de novembro. Os imunizados precisarão, contudo, apresentar teste de covid-19 negativo feito nas últimas 72 horas. A nova política de viagens vai acabar com as restrições impostas há 18 meses pelo Governo Donald Trump, culminando meses de negociações entre Washington, Londres e Bruxelas. O tão esperado anúncio do Governo de Joe Biden chega na véspera do dia da abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

O coordenador de resposta à covid-19 da Casa Branca, Jeff Zients, anunciou nesta segunda-feira de manhã as futuras diretrizes, que incluem a apresentação do certificado de vacinação antes de embarcar no voo e a realização do teste de covid-19 nos três dias anteriores à viagem, que deve ser negativo. Zients não especificou quais vacinas serão aceitas e disse que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) tomarão essa decisão. Aqueles que têm as diretrizes completas não precisarão entrar em quarentena e os cidadãos norte-americanos não vacinados devem fazer o teste um dia antes de retornar aos Estados Unidos e outro quando chegarem a seu país.

O CDC também exigirá que as companhias aéreas coletem informações de contato de viajantes internacionais para facilitar o rastreamento. Atualmente, a maioria dos cidadãos do Reino Unido, União Europeia, China, Índia, Irã, República da Irlanda, Brasil e África do Sul estão proibidos de entrar nos Estados Unidos. A nova política afetará todos eles. “Isso se baseia em indivíduos, e não em uma abordagem baseada no país, portanto, é um sistema mais forte”, disse Zients.

Milhares de cidadãos que têm famílias nos Estados Unidos foram separados durante a maior parte da pandemia. A política atual nos EUA só permite a entrada no país de viajantes que tenham estado na Europa e grande parte da Ásia que sejam cidadãos dos EUA, parentes diretos, portadores de cartão de residência permanente (green card) ou que tenham isenção de interesse nacional.

A proibição de viagens aos EUA gerou frustração na União Europeia e no Reino Unido, que têm menos infecções de covid-19 do que a potência mundial, e que suspendeu as restrições aos viajantes dos EUA no início de agosto. O argumento do Governo Biden para não retribuir foi a disseminação do vírus devido à variante delta. O país registra aumento de casos, internações e mortes, enquanto luta para que aquele quarto da população que não quer se vacinar o faça.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson tuitou que estava “encantado” com a decisão de Washington. “É um impulso fantástico para negócios e comércio, e é ótimo que as famílias e os amigos de ambos os lados do lago possam se reunir novamente”, escreveu. A indústria de viagens vem pressionando o Governo democrata há meses para suspender algumas das restrições ao turismo internacional. As companhias aéreas e a indústria hoteleira têm sido um dos promotores da abertura da portaria aos vacinados. Esta boa notícia para a indústria do turismo chega no crepúsculo do verão norte-americano.

No final de agosto, o Conselho da União Europeia retirou os Estados Unidos da lista de países seguros do ponto de vista epidemiológico. O fato de estar nesta lista permite aos cidadãos desses territórios viajarem para a União Europeia por prazer e não apenas por razões essenciais. “Isso não impede que os Estados levantem a restrição temporária sobre viagens não essenciais para a UE para viajantes totalmente vacinados”, disse o Conselho na época. A recomendação não vinculativa é baseada no número de infecções por 100.000 habitantes durante os últimos 14 dias, a tendência de novos casos durante esse período e a capacidade dos países de rastrear, conter e tratar possíveis novos surtos.

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