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Argentina divide favoritismo da Copa América com o Brasil, mas rivais só se enfrentarão numa eventual final

Primeira fase mata-mata da competição começa nesta sexta-feira, 2 de julho, quando a seleção de Tite encara os veteranos do Chile. Grandes duelos entre adversários só devem ocorrer mais adiante

Messi cobra falta contra o Paraguai; ambos estão nas quartas da Copa América
Messi cobra falta contra o Paraguai; ambos estão nas quartas da Copa AméricaJoedson Alves (EFE)
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A primeira fase da Copa América 2021 acabou sem grandes surpresas, e tampouco sem provocar grandes emoções entre a torcida brasileira, mais interessada em assistir aos jogos da Eurocopa. As duas seleções que tradicionalmente polarizam os títulos sul-americanos, Brasil e Argentina, terminaram como líderes invictas de seus grupos. No outro extremo, onde apenas duas de 10 equipes são eliminadas, Venezuela e Bolívia —as duas menos tradicionais— ficaram pelo caminho. Ainda seguem na disputa as fortes Colômbia e Uruguai; o atual vice-campeão Peru; e Chile, Paraguai e Equador, equipes que frequentaram a Copa do Mundo na última década. O favoritismo ainda é dos donos da casa, que ostentam o melhor ataque e assistem aos adversários penarem para acompanhar seu ritmo, mas o histórico do futebol mostra que o mata-mata pode reservar surpresas. É com essa esperança que os rivais do Brasil chegam às quartas de final, sonhando em impedir o bicampeonato dos convocados de Tite na decisão continental marcada para o Maracanã, em 10 de julho.

O primeiro obstáculo da seleção brasileira será o Chile, nesta sexta-feira, 2 de julho. Um confronto que tem favorecido o Brasil já que, nos últimos 15 anos, a seleção eliminou os chilenos em duas Copas do Mundo e uma Copa América. Desta vez, o histórico recente aponta para uma superioridade ainda maior do Brasil. Tanto que o Chile se classificou como a quarta colocada entre cinco seleções no grupo A, onde segurou dois empates contra os favoritos Uruguai e Argentina, mas perdeu para o Paraguai e ganhou somente de 1 a 0 dos bolivianos.

O rendimento abaixo dos últimos anos é explicado por uma geração envelhecida que ainda não foi substituída com a mesma qualidade. Claudio Bravo, Arturo Vidal, Alexis Sanchez e Eduardo Vargas são jogadores históricos do país, responsáveis por um bicampeonato da Copa América em 2015 e 2016, mas seguem sendo as estrelas da seleção mesmo já tendo passado dos 30 anos. Após duas classificações seguidas para o Mundial, a geração chilena não foi capaz de ficar entre as cinco melhores do continente nas Eliminatórias para a Copa da Rússia. Quem vem brilhando é Vargas, que está a três gols de se tornar o maior artilheiro da história da Copa América, e Ben Brereton Díaz, um atacante inglês de mãe chilena que não fala espanhol, mas viu na naturalização uma oportunidade de defender uma seleção em competições continentais —uma vez que, sem muito destaque na segunda divisão da Inglaterra, ser convocado no país onde nasceu não era uma opção viável.

Se passar pelo Chile, o Brasil tem pela frente uma de duas seleções conhecidas: Peru ou Paraguai. A começar pelos peruanos, que foram adversários de Tite na primeira fase e sofreram o placar mais elástico da competição até aqui: 4 a 0. No entanto, com Lapadula e Carrillo comandando o ataque, os peruanos se recuperaram a ponto de vencerem Colômbia e Venezuela, além de um empate com Equador, e garantirem a segunda posição no grupo B. A seleção do treinador argentino Ricardo Gareca ainda tem na bagagem o rótulo de surpresa da última Copa América, quando também sofreu uma goleada para o Brasil na primeira fase (5 a 0), mas surpreendeu Uruguai e Chile no mata-mata antes de ser novamente derrotada pelos brasileiros na final.

O Paraguai era, até 2019, o maior fantasma brasileiro no continente. Por duas vezes seguidas, em 2011 e 2015, a seleção caiu nos pênaltis para os paraguaios nas quartas de final da Copa América. O cenário se repetiu na competição há dois anos, quando foi a vez do Brasil sair vencedor nas penalidades. Sem frequentar um Mundial desde 2010, o Paraguai tem resultados positivos no atual campeonato apenas contra Bolívia e Chile, que foram suficientes para conseguir um terceiro lugar no grupo. O ponto forte da seleção está na defesa, composta por Gustavo Gomez (do Palmeiras), Balbuena e Junior Alonso, além da dupla de rápidos atacantes formada por Angel Romero (ex-Corinthians) e Miguel Almirón, do Newcastle.

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O outro lado da chave é puxado pela seleção que divide o favoritismo com o Brasil quando o assunto é América do Sul. A Argentina começou a Copa América tropeçando contra o Chile, mas depois emplacou três vitórias seguidas contra Uruguai, Paraguai e Bolívia, somando o mesmo número de pontos que os brasileiros no outro grupo. Apesar da defesa pouco confiável, várias opções do meio-campo e ataque oferecem qualidade ao treinador Scaloni: Paredes, De Paul, Lo Celso, Di María, Papu Gomez, Lautaro Martínez e Aguero são as principais. Todas elas, é claro, girando em volta de Lionel Messi, o centro da equipe. Aos 34 anos, o camisa 10 e capitão argentino tem uma de suas últimas chances de ganhar um título por seu país, além de jogar em homenagem ao ídolo Diego Maradona, falecido no fim do ano passado. Por enquanto, os três gols marcados colocam Messi como artilheiro da Copa América no Brasil.

Os argentinos não devem ter muitos problemas para passar pelo Equador, que chega às quartas sem vencer um jogo sequer na competição. Se não houver zebra, Messi e seus companheiros enfrentam Colômbia ou Uruguai nas semifinais, as duas seleções que até agora mais demonstraram capacidade de ameaçar o favoritismo de Brasil e Argentina. Os uruguaios conquistaram a primeira vitória apenas na quarta rodada, mas terminam a primeira fase com boas atuações, a vice-colocação e um time com Giménez, Valverde, Cavani e Suárez, protagonistas no futebol europeu, além de Arrascaeta, meia que é referência no Flamengo.

Já a Colômbia foi a seleção que mais deu trabalho ao Brasil titular na primeira fase. Contando com uma consolidada dupla de zaga, formada por Sanchez e Mina, e um trio de ataque com Cuadrado, Borré e Zapata, a seleção do treinador Reinaldo Rueda esteve vencendo a equipe de Tite e Neymar durante boa parte do jogo pela quarta rodada, mas tomou a virada aos 55 minutos do segundo tempo. As decepções aconteceram nos outros jogos, quando a Colômbia perdeu para Peru, empatou com a Venezuela e venceu o Equador por 1 a 0, resultados que a deixaram em terceiro lugar no grupo e a obrigam a enfrentar o forte Uruguai no primeiro mata-mata do torneio.

Brasil x Chile (Rio de Janeiro, 21h) e Peru x Paraguai (Goiânia, 18h) acontecem na sexta-feira, 2 de julho. No dia seguinte, ocorrem Uruguai x Colômbia (Brasília, 19h) e Argentina x Equador (Goiânia, 22h). Depois, as semifinais estão marcadas para 5 e 6 de julho. Por fim, a final, no Maracanã, acontece no sábado, 10 de julho.

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