_
_
_
_
_

Brasil vira no último minuto sobre a Colômbia e garante liderança do grupo na Copa América

Com um gol de Casemiro nos acréscimos, a seleção chegou a três vitórias em três jogos pelo torneio sul-americano e só cumpre tabela na última rodada

Robert Firmino comemora gol de empate da seleção brasileira.
Robert Firmino comemora gol de empate da seleção brasileira.Andre Coelho (EFE)
Diogo Magri
Mais informações
Brazil's Neymar celebrates scoring his side's second goal against Venezuela on a penalty kick during a Copa America soccer match at the National Stadium in Brasilia, Brazil, Sunday, June 13, 2021. (AP Photo/Eraldo Peres)
Neymar, a nove gols do recorde de Pelé, chora pelo Brasil
Argentina Copa America 2021.
Seleções rivais sofrem para acompanhar o ritmo brasileiro
AME6338. RÍO DE JANEIRO (BRASIL), 17/06/2021.- Jugadores de Brasil hablan hoy, previo a un partido por el grupo B de la Copa América disputado en el Estadio Olímpico Nilton Santos, en Río de Janeiro (Brasil). EFE/André Coelho
Copa América pandêmica disputa holofotes com o Brasileirão e não arrebata torcedores

No sufoco, o Brasil chegou à terceira vitória em três jogos na Copa América 2021. A seleção saiu perdendo para a Colômbia, com um golaço de Luis Díaz, mas empatou na etapa final com Roberto Firmino e alcançou a virada com um gol de Casemiro no último minuto do jogo ocorrido no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, pela quarta rodada do grupo B. O resultado garante a liderança do grupo para a equipe de Tite com um jogo de antecedência e faz o Brasil chegar à décima vitória seguida, uma sequência que já dura desde novembro de 2019. Agora, apenas para cumprir tabela, a seleção enfrenta o Equador, no próximo domingo, 26 de junho, em Goiânia, pela última rodada da primeira fase.

Tite mandou uma equipe titular sem novidades para o que era considerada a partida mais difícil para a seleção brasileira na primeira fase. O goleiro Weverton, do Palmeiras, foi a maior surpresa entre os 11 escalados. De resto, Marquinhos voltou à zaga titular ao lado de Danilo, Thiago Silva e Alex Sandro; Casemiro formou a dupla de volantes com Fred; e Everton Ribeiro, Gabriel Jesus, Richarlison e Neymar formaram o quarteto ofensivo.

Logo aos nove minutos de jogo, a seleção colombiana acabou com a invencibilidade da defesa brasileira, que não tomava gol há mais de seis meses. Cuadrado levou vantagem sobre Alex Sandro pela direita e cruzou na segunda trave para Luis Díaz, de bicicleta, abrir o placar. Foi a única vez que os colombianos ameaçaram o gol de Weverton, que fez sua estreia na Copa, mas foi o suficiente até o intervalo. O quarteto de ataque do Brasil tentou trocar tabelas e se movimentou, mas não levou perigo às traves defendidas por Ospina e perdeu quase todos os duelos físicos com a forte defesa da Colômbia.

O resultado obrigou Tite a mexer logo no intervalo, colocando Roberto Firmino no lugar de Everton Ribeiro. O substituto teve impacto imediato ao criar as duas melhores chances brasileiras: um chute errado de Danilo da entrada da área e um gol perdido de Neymar, que driblou o goleiro e acertou a trave. Tite ainda colocou Renan Lodi, Lucas Paquetá, Gabigol e Everton nos lugares de Alex Sandro, Fred, Gabriel Jesus e Richarlison antes do empate, enfim, sair. Aos 32 minutos, Lodi cruzou da esquerda e Firmino desviou de cabeça, superando o goleiro Ospina e empatando a partida. Um resultado merecido para a seleção que passou a etapa final toda pressionando os colombianos, mas que saiu com reclamações do adversário já que, no início do lance do gol, a bola desviou no árbitro Nestor Pitana —o que, em tese, o obriga a paralisar a partida, algo que não foi feito. Com os ânimos exaltados e muita reclamação da Colômbia, Pitana decidiu dar 10 minutos de acréscimo. E foi no nono minuto extra, aos 54 do segundo tempo, que Neymar cobrou um escanteio para Casemiro, livre na pequena área, cabecear sem chances de defesa: 2 a 1. A suada vitória resultou em muita comemoração dos brasileiros que, com a liderança do grupo garantido, têm a vantagem de enfrentar o pior classificado da outra chave nas quartas de final.

Em sua entrevista coletiva, o treinador da seleção colombiana, Reinaldo Rueda, justificou o gol sofrido no fim com uma distração dos seus jogadores após a polêmica com Pitana. Tite, por outro lado, não comentou o assunto. O treinador brasileiro, em sua coletiva, voltou a criticar o gramado do Nilton Santos, dizendo que “é inadmissível atletas de duas equipes de alto nível, que jogam na Europa com tamanha qualidade de gramado e espetáculo melhor, maior, virem jogar num campo nessas condições”. Ele escondeu se irá colocar uma equipe alternativa na última rodada, com a vaga já garantida, e afirmou que um resultado como este ajuda o Brasil a criar uma “casca” em termos de mentalidade. “Corremos um sério risco de ficarmos nervosos”, pontuou.

Fora dos gramados, o assunto segue sendo a exposição dos envolvidos na competição à pandemia de covid-19. Nesta quarta, o 10º dia de competição, o Ministério da Saúde atualizou para 166 o número de positivos para o novo coronavírus relacionados a Copa América, sendo 48 deles jogadores ou membros de comissão técnica da seleções, 115 prestadores de serviços contratados para o evento e três funcionários da Conmebol. Não foram especificados os casos por nacionalidade, mas a Colômbia havia divulgado, na semana passada, que dois membros de sua comissão testaram positivo para o vírus no Brasil, quando o número total de casos no torneio era de 19. Também reportaram publicamente infectados nas delegações de Venezuela, Peru, Chile e Bolívia.

Apesar de mais uma vitória da seleção, a Copa América segue no clima anticlímax de uma competição planejada de última hora, em meio a uma crise sanitária e disputando holofotes com outros campeonatos de clubes. A única aglomeração vista antes da partida, no entorno do Nilton Santos, era de um grupo de pessoas que praticava exercícios funcionais em frente à entrada do estádio. “Até sabia que estava tendo a Copa América aí, mas não sabia que o Brasil jogava hoje. É contra quem?”, indagou Luciana dos Santos, moradora do bairro que passeava com seu filho. “Depois do 7 a 1, a seleção perdeu a graça. Prefiro ver o meu Vasco na série B”, afirmou Fábio José, motorista de aplicativo que descansava do exercício no local. Ao mesmo tempo em que o torneio de seleções era ignorado na zona norte do Rio de Janeiro, o principal estádio de futebol da cidade vivia uma realidade diferente a oito quilômetros de distância dali. Na sua entrada, o Maracanã, que também fica na zona norte da capital, recebeu ao menos uma centena de torcedores do Flamengo para ver a chegada o ônibus do time rubro-negro, que venceu o Fortaleza pela sexta rodada do Brasileirão.


Apoie a produção de notícias como esta. Assine o EL PAÍS por 30 dias por 1 US$

Clique aqui

Inscreva-se aqui para receber a newsletter diária do EL PAÍS Brasil: reportagens, análises, entrevistas exclusivas e as principais informações do dia no seu e-mail, de segunda a sexta. Inscreva-se também para receber nossa newsletter semanal aos sábados, com os destaques da cobertura na semana.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_