Polícia de Nova York reúne provas para prender Harvey Weinstein
Após semanas de denúncias contra o produtor, autoridades se preparam para formalizar acusações
O golpe definitivo contra Harvey Weinstein. A polícia de Nova York anunciou nesta sexta-feira que prepara a detenção do produtor-estrela de Hollywood após reunir um robusto conjunto de provas criminais contra ele, relativas às numerosas acusações de abuso sexual de que foi alvo nas últimas semanas. Entre outras denúncias, as autoridades se centram no depoimento da atriz Paz de la Huerta, que diz ter sido estuprada duas vezes por Weinstein em 2010.
“Se essa pessoa ainda estivesse em Nova York e fosse um delito recente, iríamos prendê-lo em flagrante, sem dúvida nenhuma. Mas o caso é de sete anos atrás, e continuamos reunindo provas”, disse em entrevista coletiva o chefe da divisão de investigações, detetive Robert K. Boyce. Representantes dele disseram que Weinstein está fora de Nova York. O policial acrescentou que as provas recolhidas servirão para solicitar um mandado de prisão.
Boyce informou que sua equipe está reunindo inícios contra Weinstein por seu comportamento agressivo contra dezenas de mulheres. Concentram-se especialmente no caso da atriz Paz de la Huerta, que disse ter sido estuprada pelo produtor em duas ocasiões, sete anos atrás, em Nova York.
A tempestade começou há um mês. Uma investigação do jornal The New York Times revelou que Weinstein tinha, de forma rotineira, assediado e abusado sexualmente de dezenas de atrizes e executivas de Hollywood ao longo de três décadas. Depois das primeiras denúncias citadas naquela reportagem, mais atrizes, algumas delas do primeiro escalão de Hollywood, como Angelina Jolie ou Cara Delevingne, disseram ter sido vítimas da conduta abusiva de Weinstein. Sob forte pressão, a produtora dele, chamada The Weinstein Company, destituiu o seu fundador.
A onda de denúncias mostrou que a conduta predadora de Weinstein era um segredo de polichinelo no seu entorno. O cineasta Quentin Tarantino admitiu numa entrevista que sabia há décadas sobre os abusos cometidos pelo produtor, e mais de 60 mulheres declararam ser vítimas de Weinstein.
As acusações contra uma celebridade de Hollywood espalhou-se a um nível global. Nas redes sociais, centenas de milhares de pessoas protestaram durante dias usando hashtags como #MeToo (“eu também”), com as quais contavam ter sido vítimas dessa epidemia de assédios sexuais em seus entornos.
Em Hollywood, especificamente, o caso Weinstein acabou por se revelar como a ponta de um iceberg, provocando uma enxurrada de denúncias contra outras figuras do mundo cinematográfico. Na semana que passou, vieram a público também denúncias contra o conhecido ator Kevin Spacey, acusado de assediar sexualmente outros homens em vários momentos da sua bem-sucedida carreira profissional, que inclui séries como House of Cards. Além disso, cerca 40 mulheres acusaram o cineasta James Toback de assédio sexual.
Há alguns dias, o chefe da Amazon Studios também se viu contagiado pelas acusações de abuso sexual, que o obrigaram a pedir demissão. Knight Landesman, considerado um guru da arte moderna, também deixou a direção da revista nova-iorquina Artforum devido às denúncias de assédio sexual feitas por algumas funcionárias.
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