Nações Unidas estima 500 mortos em novo naufrágio no Mar Mediterrâneo
Se estimativa do Acnur for confirmada, seria pior tragédia migratória nos últimos meses
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) acredita que o naufrágio de um barco de pesca em 16 de abril, nas águas do mar Mediterrâneo, pode ter provocado a morte de até 500 migrantes e refugiados, depois de ouvir o testemunho de vários sobreviventes, de acordo com a Reuters. Se a estimativa for confirmada, seria o pior naufrágio de um barco com imigrantes nos últimos meses. Os sobreviventes da travessia relataram à agência da ONU que o barco pesqueiro transportava até 500 pessoas, porque os traficantes o sobrecarregaram quando navegava.
O número informado pelas autoridades da Somália, que na segunda-feira passada estimaram o total de mortos entre 200 e 300 pessoas, elevaria para mais de 1.000 pessoas mortas este ano na tentativa de travessia do mar Mediterrâneo, mais de 25% do total de mortes em 2015.
O naufrágio aconteceu a várias milhas de distância da costa da Líbia, em uma data ainda não confirmada, quando os traficantes tentaram transferir um grupo de imigrantes de um barco menor para o pesqueiro, que já estava sobrecarregado. Ao colocar as pessoas, o pesqueiro começou a afundar. "Por causa da sobrecarga, a embarcação maior afundou", afirmou o ACNUR em um comunicado.
Um líder da comunidade somali no Egito disse que os imigrantes do naufrágio poderiam ser somalis expatriados que estavam no país. "As famílias no Egito estão chorando por seus filhos que se afogaram no mar", afirmou. "Continuo vendo fotos nas redes sociais das pessoas afogadas. Alguns deles eram meus alunos", disse.
Entre os 41 sobreviventes do naufrágio estão alguns que ainda seriam transferidos da embarcação menor para o pesqueiro, que acabou afundando, e alguns que nadaram até o outro barco. São sobreviventes da Somália, Sudão, Etiópia e Egito. Depois que o pesqueiro afundou, os sobreviventes foram deixados à deriva no barco menor, até que foram vistos por um navio mercante e levados para a costa da Grécia.
Os testemunhos dos sobreviventes têm ajudado a esclarecer o que aconteceu, depois de vários dias de especulação sobre o número de pessoas e os detalhes do naufrágio. Os sobreviventes não serão deportados para a Turquia, no âmbito do acordo selado pela União Europeia, porque vieram da Líbia, um país em conflito com o qual o bloco comunitário não tem nenhum pacto de retorno.
Mais de 170.000 pessoas chegaram à Europa em 2014 a partir da Líbia, e outras 150.000 fizeram a mesma rota em 2015. Em 2016, cerca de 25.000 pessoas enfrentaram a mesma travessia. Em um comunicado, o ACNUR pediu que o bloco europeu "aumente as vias regulares de admissão de refugiados e requerentes de asilo" para poder administrar "a emergência na Europa".
Além disso, destacou a importância de aumentar as "possibilidades adicionais para a recolocação e admissão humanitária, o reagrupamento familiar, o patrocínio privado e os vistos de trabalho e de estudos para refugiados e por razões humanitárias", a fim de reduzir o tráfico de pessoas por máfias e as perigosas travessias com destino à Europa.
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