Reportagem do EL PAÍS sobre auxílio emergencial e desigualdade no Brasil ganha premiação internacional
Especial que mostrou o impacto de programa social durante a crise do coronavírus em São Paulo e no Ceará obteve o segundo lugar em concurso do Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ)
Reportagem do EL PAÍS sobre o impacto do pagamento do auxílio emergencial nas vidas dos mais pobres em São Paulo e no sertão do Ceará venceu um prêmio no concurso promovido pelo Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ, na sigla em inglês) sobre a cobertura da pandemia no mundo. Publicada em agosto de 2020, O auxílio que revoluciona a vida no Ceará não salva da rua em São Paulo, de Beatriz Jucá e Heloísa Mendonça, conquistou o segundo lugar na categoria Desigualdade, negócios e economia. O concurso analisou 672 trabalhos em cinco idiomas e premiou ainda as melhores produções jornalísticas em outras duas: ciência e saúde e transparência; e crime e corrupção.
A reportagem premiada, com fotografias de Toni Pires e Marília Camelo, mostrou que, num país atravessado por uma das maiores desigualdades do mundo, havia muitos Brasis sendo impactados pelo auxílio emergencial pago pelo Governo Bolsonaro em 2020. O programa de transferência de renda, um dos maiores do gênero no globo na crise sanitária, pagou entre 600 reais e 1.200 reais a 67 milhões de brasileiros mais vulneráveis até ser encerrado em dezembro ―há enorme debate político sobre a extensão do programa e de que forma, já que a pandemia segue o castigando o país, que ultrapassou a barreira dos 230.000 mortos.
Beatriz Jucá e Heloísa Mendonça mostraram que, ee o benefício revolucionou a vida da agricultora Patrícia Nataline de Oliveira no Ceará ―ela pôde pela primeira vez ter WiFi em casa e escapou de ter de voltar a cozinhar com fogão à lenha―, não foi suficiente para livrar o auxiliar de limpeza Jocelino da Silva Lima de viver nas ruas na cidade mais cara do país, São Paulo. Enquanto em São Paulo o benefício fez crescer, em média, 54% da renda dos beneficiários, no Ceará o ganho foi muito maior, de até 110%. “O que vemos é como o país é pobre e muito desigual”, analisou o pesquisador Lauro Gonzalez, na reportagem.
“A despeito da desinformação, do declínio do lucro das redação e até dos ataques aos jornalistas, repórteres pelo mundo estão produzindo informação acurada e que salva vidas sobre a covid-19. Nós parabenizamos os vencedores pela excelente cobertura”, disse Stella Roque, diretora de Engajamento da Comunidade do ICFJ na divulgação da premiação, nesta sexta-feira.
Os jurados do Centro Internacional para Jornalistas analisaram produções jornalísticas em português, espanhol, árabe, inglês e francês. Leia aqui a lista completa dos vencedores.
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