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Brasil confirma seu primeiro caso de reinfecção pelo novo coronavírus

Análise feita pela Fiocruz e divulgada pelo ministério aponta que uma profissional da saúde de 37 anos, de Natal, teve a doença em junho e se infectou novamente em outubro, 116 dias após o diagnóstico. Outras suspeitas são investigadas

Profissional realiza teste de coronavírus em estudante de Taboão da Serra (SP), em outubro.
Profissional realiza teste de coronavírus em estudante de Taboão da Serra (SP), em outubro.AMANDA PEROBELLI (Reuters)
Daniela Mercier

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O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira o primeiro caso de reinfecção pelo novo coronavírus no Brasil. De acordo com a pasta, o caso é de uma profissional da saúde de 37 anos que mora em Natal. Ela contraiu a doença em junho, se curou e teve resultado positivo novamente em outubro —116 dias depois do diagnóstico inicial. Uma análise genética feita pela Fiocruz, referência nacional para a covid-19, permitiu confirmar a reinfecção e identificou a existência de linhagens distintas do vírus nos dois momentos de contaminação.

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Cientistas do Equador confirmam o primeiro caso de reinfecção pelo coronavírus na América do Sul

Outras oito suspeitas de nova infecção por covid-19 foram notificadas no Rio Grande do Norte —cinco estão em investigação e três estão com “inviabilidade de análise”, segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública. A profissional que teve o caso confirmado atua no Estado e também na Paraíba, onde realizou o primeiro teste para a doença, em 17 de junho, após apresentar sintomas como cefaleia, dor abdominal e coriza. Em 11 de outubro, ela voltou a ter um quadro de síndrome gripal, desta vez com alterações no olfato e no paladar, e foi submetida dois dias depois a um novo exame, que também deu positivo. Nas duas ocasiões, o teste realizado foi o PCR, que aponta a presença de ácido ribonucleico (RNA) do vírus a partir da análise de secreções nasais. Na Fiocruz, as amostras foram submetidas à técnica de sequenciamento genético, que constatou a presença de cepas distintas do vírus. Ambas as linhagens já haviam sido detectadas no país, segundo os pesquisadores.

Episódios de contágio de pessoas que tinham superado o vírus já foram identificados em outros países, mas são considerados raros. A primeira confirmação ocorreu em 24 de agosto, em Hong Kong. Na América do Sul, o Equador foi o primeiro país a divulgar caso semelhante —um homem de 46 anos que foi diagnosticado com covid-19 em maio voltou a apresentar sintomas mais graves em agosto. Nas investigações dos dois países também foram encontradas cepas diferentes do SARS-CoV-2 entre uma infecção e outra de um mesmo paciente.

Os casos de reinfecção indicam que a imunidade gerada pelo contato com o vírus não impede contágios posteriores. Porém, como ainda não se mostram frequentes, essas ocorrências não eliminam a importância das vacinas, que já começam a ser aplicadas para grupos de risco em algumas partes do mundo, como o Reino Unido.

O Brasil soma 6,7 milhões de casos do novo coronavírus, que já matou quase 178.995 pessoas —é o terceiro no planeta em contágios e o segundo em óbitos. O país vem registrando cerca de 50.000 de novas infecções por dia. O Governo Jair Bolsonaro está sendo cobrado a apresentar um plano de vacinação nacional contra a doença, mas ainda não divulgou nenhuma estratégica clara. Como mostra reportagem do EL PAÍS publicada nesta quarta, depois de anunciar a intenção de iniciar a imunização em março, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, agora considera como “provável” que a vacinação contra a covid-19 no Brasil comece “entre janeiro e fevereiro”. Ele chegou a levantar a possibilidade de iniciar a vacinação em pequena escala já em dezembro, caso o imunizante da Pfizer, que o Governo brasileiro negocia adquirir, obtenha registro emergencial no país.

Em nota, o ministério alerta que o caso de reinfecção reforça a necessidade da adoção do uso contínuo de máscaras, higienização constante das mãos e o uso de álcool em gel. “O Governo Federal está buscando o mais rápido possível a vacina confiável, segura e aprovada pela Anvisa, para que todos os brasileiros que desejarem possam ser imunizados”, declara.

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