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Maguito Vilela tem vitória insólita em Goiânia enquanto continua sedado na UTI com covid-19

Ex-governador foi entubado duas vezes no Hospital Albert Einstein, passou metade do processo eleitoral fora da campanha, mas mesmo assim derrotou o adversário Vanderlan Cardoso

Maguito Vilela (MDB), eleito à Prefeitura de Goiânia durante ato de campanha em outubro.
Maguito Vilela (MDB), eleito à Prefeitura de Goiânia durante ato de campanha em outubro.INSTAGRAM

Maguito Vilela (MDB) foi eleito prefeito de Goiânia neste domingo (29), mas não tem ideia da sua vitória nas eleições de 2020. Internado na UTI do Hospital Albert Einstein o dia 27 de outubro após contrair covid-19, Vilela venceu com 52,60% dos votos contra 47,40% do seu adversário, o senador Vanderlan Cardoso (PSD). O emedebista viveu uma tragédia pessoal em função da pandemia. Perdeu duas irmãs para a covid-19 em agosto deste ano.

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No dia 18 de outubro sua campanha relatou um mal-estar do candidato e informou que ele iria fazer teste para confirmar se havia contraído covid-19. O diagnóstico foi confirmado em 20 de outubro. Uma semana depois o vírus afetou os pulmões e ele seguiu para São Paulo, onde se internou no dia 27. Foi entubado três dias depois. Seu quadro melhorou e chegou a ser desentubado no dia 8. Mas o quadro voltou a piorar e no dia 15 teve novas complicações pulmonares e precisou voltar a ser entubado às pressas. As idas e vindas do candidato acabaram se tornando o assunto principal de Goiânia, uma cidade de 1,5 milhão de habitantes, no rico Centro-Oeste do país.

A capital viveu um boom expansionista nas duas últimas décadas, passando de uma cidade que vivia predominantemente do agronegócio do Estado para ser um berço de grandes construtoras nacionais, segundo maior polo de moda do Brasil e uma cadeia de turismo de festas, impulsionado pela música sertaneja. Atualmente seus habitantes convivem com problemas de desigualdade social acentuada, problemas de trânsito e de violência. No início da década passada chegou a ser classificada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como a cidade mais desigual da América Latina.

Agora, vive a expectativa de recuperação de seu novo prefeito que não tem perspectiva de melhora, pelo menos por enquanto. As atenções se voltam para o seu vice, Rogério Cruz (Republicanos), vereador em Goiânia e pastor da Igreja Universal. Cruz é carioca e está em Goiânia há dez anos. Sua campanha, comandada pelo filho e ex-deputado federal Daniel Vilela, garante que ele vai assumir a prefeitura no dia 1 de janeiro.

A diferença entre Maguito e seu adversário chegou a diminuir nas pesquisas Ibope e Serpes dos últimos dias após a campanha de Cardoso insistir em entrevistas e nos programas eleitorais sobre a sobrevivência do candidato do MDB. A história política do vice de Maguito, e sua ausência nos debates também foram usadas por Cardoso para atacar a campanha do rival. Mas prevaleceu a torcida pela melhora do emedebista, que governou Goiás em meados da década de 1990 e foi prefeito de Aparecida de Goiânia por duas vezes, entre 2009 e 2016.

Chamou a atenção a alta abstenção na capital de Goiás neste segundo turno. Cerca de 50% do eleitorado goianiense, somando abstenção, votos nulos e brancos, aproximadamente 440.000 pessoas, não votaram me nenhum dos dois candidatos.

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