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Nove laboratórios se comprometem a garantir a segurança da vacina para a covid-19

Empresas farmacêuticas anunciam que só oferecerão as vacinas ao público quando forem comprovadamente seguras e eficazes

As vacinas experimentais da Novavax, em Maryland
As vacinas experimentais da Novavax, em MarylandANDREW CABALLERO-REYNOLDS (AFP)
Sonia Corona

Nove laboratórios farmacêuticos se comprometeram a criar uma vacina segura e eficaz para a covid-19. Os principais executivos dessas empresas assinaram um acordo pelo qual garantem que a experimentação e a produção do medicamento seguirão “padrões éticos elevados e princípios científicos”. O pronunciamento das empresas ocorre em meio a uma corrida internacional para obter um preparado que contenha o avanço da pandemia do coronavírus e quando a pressão política aumenta nos Estados Unidos pela proximidade com as eleições presidenciais de 3 de novembro.

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Em nota, os laboratórios anunciaram que não pedirão autorização para seus respectivos medicamentos em nenhum país enquanto não for garantido que eles são completamente “eficazes e seguros”. Também afirmaram que o bem-estar dos pacientes que participam dos testes será uma prioridade, e que os passos seguintes serão dados em função da sua capacidade de produzir doses suficientes. O acordo foi negociado entre rivais históricos de várias nacionalidades: Pfizer, Moderna, AstraZeneca, BioNTech, GlaxoSmithKline, Johnson & Johnson, Merck, Novavax e Sanofi. “Acreditamos que este compromisso ajudará a garantir a confiança do público no rigoroso processo científico e normativo mediante o qual as vacinas para a covid-19 serão avaliadas e afinal aprovadas”, acrescenta o texto assinado pelos executivos.

Nas últimas semanas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acendeu o debate sobre a rapidez com que a vacina será oferecida ao público. Trump, sem nenhuma prova, prometeu que o fármaco estará pronto antes de 3 de novembro, dia em que ele disputa um novo mandato. “Teremos uma vacina logo, possivelmente antes de uma data especial”, afirmou na segunda-feira passada em um encontro com a imprensa na Casa Branca. “Sabem de que data estou falando”, insistiu. O presidente, além disso, pressionou os funcionários norte-americanos a acelerarem o trâmite de aprovação de tratamentos contra a covid-19.

O Centro para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) avisou na semana passada aos Estados que eles precisam estar preparados para distribuir a vacina já nas últimas semanas de outubro e nos primeiros dias de novembro. A aprovação nos EUA caberá à Administração de Alimentos e Drogas (FDA), que poderia autorizar o uso da vacina em caráter emergencial. Stephen Hann, diretor da FDA, reconheceu em agosto que estaria disposto a aprovar o uso da vacina antes de terminados os ensaios clínicos.

Mas os laboratórios prometeram concluir a fase 3 dos ensaios clínicos – a mais ampla, envolvendo milhares de participantes – antes de pedir aprovação das autoridades sanitárias de qualquer país. A OMS advertiu nesta quarta-feira que não acredita que a vacina alcance maciçamente a população mundial antes de 2022.

“A agência [FDA] exige que a evidência científica para a aprovação regulatória provenha de ensaios clínicos grandes, de alta qualidade, aleatorizados e cegos ao observador, com a expectativa de estudos desenhados apropriadamente com um número significativo de participantes em populações diversas”, afirmaram as nove companhias. Todas as firmas participantes trabalham na vacina, embora se encontrem em etapas diferentes. A Pfizer, em aliança com a BioNTech, e a Moderna já estão na fase 3, testando-as em milhares de pacientes. A AstraZeneca suspendeu nesta semana os seus ensaios, que também estavam na fase 3, logo depois que um paciente adoeceu. A Johnson & Johnson ainda tem seu fármaco na fase 2, enquanto a GlaxoSmithKline está na primeira etapa.

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