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Vacina dos EUA contra covid-19 confirma resultado animador e vai para a última fase de testes

O epidemiologista Anthony Fauci qualifica como "ótimas notícias" os resultados provisórios que mostram eficácia contra o vírus em todos os pacientes de uma vacina do laboratório Moderna

Um paciente recebe as primeiras doses experimentais do projeto de vacina do laboratório Moderna, em Seattle, em março.
Um paciente recebe as primeiras doses experimentais do projeto de vacina do laboratório Moderna, em Seattle, em março.Ted S. Warren (AP)
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FILE PHOTO: A worker delivers protective lab coats to the headquarters of Moderna Therapeutics, which is developing a vaccine against the coronavirus disease (COVID-19), in Cambridge, Massachusetts, U.S., May 18, 2020./File Photo
A primeira vacina experimental contra a covid-19 testada em humanos mostra resultados promissores
FILE PHOTO: Small bottles labeled with a "Vaccine COVID-19" sticker and a medical syringe are seen in this illustration taken taken April 10, 2020. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo
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A vacina provisória que a empresa de biotecnologia Moderna está desenvolvendo contra o coronavírus que causa a covid-19 conseguiu gerar anticorpos em todas as pessoas que participaram dos testes e apresenta resultados promissores, com pouquíssimos efeitos secundários. O estudo, publicado nesta terça-feira na revista The New England Journal of Medicine, confirma os resultados que a empresa já tinha anunciado em maio. Anthony Fauci, principal voz oficial para questões epidemiológicas nos EUA, qualificou a publicação como “ótima notícia”. As ações da Moderna dispararam 16% na Bolsa. A companhia pode entrar agora na fase final de testes.

“Os resultados são muito promissores. Vamos rapidamente para as fases 2 e 3. Estamos trabalhando muito para ter uma vacina até o final deste ano nos EUA, e espero que no primeiro semestre de 2021 em outros países. Estamos muito motivados e orgulhosos de, humildemente, continuar tendo a oportunidade de ser a primeira vacina contra a covid-19”, dizia em maio ao EL PAÍS o farmacêutico espanhol Juan Andrés, diretor técnico do laboratório Moderna.

Os resultados publicados nesta terça-feira confirmam que todos os indivíduos que participaram dos testes desenvolveram proteção contra a doença sem efeitos secundários. “São ótimas notícias”, disse o epidemiologista Fauci ao The Wall Street Journal. Fauci é desde 1984 o diretor do Instituto Nacional de Doenças Alérgicas e Infecciosas (NIAID, na sigla em inglês), integrado aos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), que por sua vez participam da pesquisa para o desenvolvimento da vacina.

“Os anticorpos neutralizantes são o mais importante para a proteção contra uma infecção viral”, disse Fauci. “E os dados do estudo, embora os números sejam pequenos, deixam muito claro que esta vacina é capaz de induzir ótimos níveis de anticorpos neutralizantes”. Os resultados se baseiam nos testes com 45 participantes, com idades entre 18 e 55 anos.

A Moderna foi a primeira empresa a começar o estudo sobre o novo coronavírus em humanos, em 16 de março, apenas 66 dias depois de ser publicada a sequência genética do vírus. O Governo dos Estados Unidos financiou a investigação com quase 500 milhões de dólares e escolheu a empresa entre as primeiras para fazerem testes em humanos em grande escala.

Os dados da fase 1 de experimentação “demonstram que a vacinação com o ARNm-1273 [o nome da vacina candidata] provoca uma reação imunológica em todas as dosagens”, disse o diretor médico da Moderna, Tal Zanks, citado pela Efe.

O estudo passa agora a uma nova fase, com início em 27 de julho, envolvendo 30.000 participantes em quase 90 localidades dos Estados Unidos. Os pesquisadores inocularão a vacina na metade dos participantes, e um placebo na outra metade. O estudo deve durar até outubro de 2022, mas a companhia estima que terá resultados antes dessa data. O laboratório Moderna disse na terça-feira que já tem doses suficientes para toda a pesquisa e está em condições de produzir 500 milhões delas por ano.

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