Câmara aprova mudança das eleições municipais para 15 e 29 de novembro
Rodrigo Maia precisou costurar um acordo com centrão para conseguir alteração da data, que ocorre por causa da pandemia
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira o adiamento das eleições municipais no Brasil em seis semanas. O primeiro turno ocorrerá em 15 de novembro e o segundo, em 29 de novembro. Antes, as eleições ocorreriam nos dias 4 e 25 de outubro. A mudança nas datas é decorrente da pandemia da covid-19 e tinha o apoio da cúpula do Tribunal Superior Eleitoral. A emenda constitucional já havia sido aprovada pelo Senado em 23 de junho. Entre os deputados, o resultado foi 402 votos a favor da mudança e 90 contra. Como se tratava de uma proposta de emenda constitucional, eram necessários 308 votos entre os 513 deputados para o projeto ser aprovado.
Em princípio, havia uma resistência do centrão em concordar com a alteração. As lideranças das legendas de centro direita entendiam que, por elas controlarem boa parte das prefeituras do país, o adiamento da data do pleito poderia comprometer as campanhas de reeleição. A mudança no cenário ocorreu após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), intermediar um acordo com a cúpula do MDB, PL, Republicanos, Progressistas e PSD para prorrogar até o fim do ano os efeitos da Medida Provisória 938, que trata dos repasses do Governo federal aos Fundos de Participação de Estados (FPE) e Municípios (FPM) durante a pandemia. A MP prevê que o Governo não mude os valores enviados a Estados e municípios, mesmo com queda na arrecadação de impostos.
A regra valeria apenas até junho, mas o acordo costurado a estendeu para dezembro. A conta do Legislativo é que não haverá novos gastos, já que a União ainda não repassou todos os 16 bilhões de reais previstos para o período. Ainda haveria 5 bilhões de reais para distribuir até o fim do ano, o que seria uma injeção direta de recursos nos caixas dos atuais prefeitos.
Além disso, Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), concordaram em colocar em votação um projeto de lei que retoma a propaganda partidária gratuita, que fora extinta no ano passado.
Um líder do centrão consultado pela reportagem ressaltou que também pesou na mudança de opinião a pressão que membros do TSE e senadores fizeram pela aprovação das novas datas das eleições. Segundo esse parlamentar, “pegaria mal” apoiar a manutenção do pleito em um período em que a pandemia ainda pode estar em alta no país.
Nas últimas semanas, o TSE fez uma série de reuniões e participou de audiências públicas no Senado para debater o tema. A alteração em algumas semanas era quase consensual entre os especialistas ouvidos, que entendem que o adiamento pode contribuir para uma menor disseminação do contágio pelo vírus.
A PEC aprovada pelos parlamentares também prevê que caso em um determinado município não haja condições sanitárias para a realização da eleição, o TSE poderá definir uma nova data específica para ele, sendo o prazo limite o dia 27 de dezembro. Neste ano, devem ser eleitos 5.570 prefeitos e 57.420 vereadores.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.