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Nobel de Economia 2019 premia trio por estudos sobre a redução da pobreza

Banco da Suécia concede o prêmio a Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer por sua contribuição ao desenvolvimento de políticas e incentivos em benefício dos lares mais pobres

De esquerda a direita, retratos de Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer, prêmios Nobel de Economia 2019.
De esquerda a direita, retratos de Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer, prêmios Nobel de Economia 2019.
Antonio Maqueda

O Banco Nacional da Suécia concedeu o Prêmio Nobel de Economia a Abhijit Banerjee (1961, Calcutá), Esther Duflo (1972, Paris) e Michael Kremer (1964), por sua abordagem experimental da redução da pobreza. Aliviar a pobreza é um dos maiores desafios atuais, e esses acadêmicos fizeram contribuições decisivas às políticas e aos incentivos a serem aplicados, diz o comitê que oferece o Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel. Os dois primeiros são professores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) e têm um filho juntos. Kremer leciona na Universidade Harvard.

Apesar da melhora nos padrões de vida, mais de 700 milhões de pessoas ainda subsistem com rendas extremamente baixas. A cada ano, cerca de cinco milhões de crianças menores de cinco anos morrem por doenças que poderiam frequentemente ser prevenidas ou curadas com tratamentos que não são caros. Metade das crianças do mundo ainda abandona a escola com capacidades apenas básicas de leitura e aritmética, salienta o Banco da Suécia. E acrescenta que os premiados deste ano introduziram uma nova forma de dar respostas factíveis a estes problemas relacionados à extrema pobreza. Basicamente, eles se fazem perguntas sobre questões concretas, que podem responder com experimentos de campo. E desta maneira chegam a conclusões que servem, por exemplo, para melhorar os resultados educacionais e a saúde infantil.

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Kremer é o pioneiro nesta matéria. E os estudos dos três dominam a chamada economia do desenvolvimento. Suas conclusões melhoraram dramaticamente nossa capacidade prática de combater a pobreza, conclui o júri do Nobel de Economia.

Trata-se do último dos prêmios a serem entregues a cada ano, e é o único que não foi instituído em testamento pelo inventor Alfred Nobel. Foi criado em 1968 para celebrar os 300 anos de história do Banco da Suécia, e sua dotação econômica é de nove milhões de coroas suecas (3,75 milhões de reais).

Nos últimos 20 anos, 75% dos premiados foram norte-americanos, incluindo os dois de 2018, William D. Nordhaus e Paul M. Romer. O primeiro por integrar a mudança climática à análise econômica, determinando os custos e benefícios de reduzir as emissões de poluentes. E o segundo por fazer o mesmo em relação às inovações tecnológicas, explicando o que faz que uma economia inove e, portanto, cresça mais que outras. Suas conclusões ampliaram significativamente o alcance da análise econômica mediante a construção de modelos que explicam como a economia de mercado interage com a natureza e o conhecimento, disse o comitê dos prêmios na ocasião.

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