“Ele tem condições para estar na posição”, diz Tite sobre filho na seleção
Filho do técnico, auxiliar Matheus Bachi ascende e agora instrui atletas em campo. Há três anos, Código de Ética da CBF precisou ser reformulado para acomodá-lo

Com perfil discreto, Matheus Bachi, de 30 anos, tem posição de destaque na comissão técnica da seleção brasileira. Ele é um dos principais auxiliares de Tite. Além disso, também é seu filho. Trabalham juntos desde 2015, no Corinthians. Para levá-lo à seleção, o treinador recebeu uma concessão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que precisou alterar seu Código de Ética que vedava a contratação de parentes de qualquer funcionário. Diante do impasse, a confederação remendou o estatuto e abriu exceção para integrantes do departamento de futebol.
No último mês, Matheus ganhou ainda mais protagonismo. Com a saída do antigo assistente de Tite, Sylvinho, que aceitou oferta para treinar o Lyon, o filho do técnico galgou um degrau na hierarquia da comissão técnica da seleção. Por escolha do treinador, todos ascenderam com a saída de Sylvinho, e o filho agora acompanha os jogos do banco de reservas e tem passado instruções aos atletas na Copa América. Antes, seu papel era mais reservado. Ele ficava na tribuna, de onde analisava as movimentações das equipes e dos jogadores.
Nesta terça-feira, durante a entrevista coletiva após o empate do Brasil contra a Venezuela, na Fonte Nova, a reportagem do EL PAÍS questionou o técnico sobre o vínculo paterno com seu auxiliar e homem de confiança na seleção. Tite não se estendeu na resposta. “Tenho muito orgulho da capacidade do Matheus [Bachi]. Ele está guinado em posições onde tem verdadeiramente condições para estar”, afirmou o treinador antes de concluir. “Campeão brasileiro, com a maior história dentro do Corinthians comigo.”
A CBF endossa a justificativa do treinador e não enquadra a presença do filho de Tite na comissão como prática de nepotismo. Dirigentes da confederação ressaltam que, além da experiência ao lado do pai no Corinthians, Matheus estudou e fez estágios no exterior —ele se formou para ser treinador nos EUA e, quando voltou, ganhou um estágio no Caxias, clube que projetou a carreira do genitor. Por isso, diz a confederação, apresenta credenciais para ocupar o cargo, independentemente do grau direto de parentesco com seu chefe.
Resposta do Tite à pergunta sobre conflito ético de ter o próprio filho como auxiliar na seleção. pic.twitter.com/GhGXSw2MtX
— Breiller Pires (@breiller) June 19, 2019
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