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Paulo Guedes: “O crescimento já deve começar a ser positivo no segundo trimestre”

Ministro defende política econômica do Governo frente a queda do PIB e afirma que "economia não respondeu porque nada foi feito ainda", vinculando a retomada à aprovação das reformas

Paulo Guedes, ministro da economia.
Paulo Guedes, ministro da economia.ADRIANO MACHADO (REUTERS)

O ministro da economia, Paulo Guedes, defendeu a política econômica do Governo Bolsonaro frente a retração de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, em relação ao quarto trimestre de 2018, divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Não foi nenhuma novidade. Sempre dissemos que a economia brasileira está estagnada”, afirmou em conversa com jornalistas, pouco após a divulgação dos dados. Para ele, foi modelo intervencionista de governos anteriores que derrubou a taxa de crescimento do Brasil. “Nossa média de crescimento é 0,6% nos últimos oito anos. A economia está parada à espera das reformas.”

Sem mencionar o fantasma da recessão —o país já havia fechado o último trimestre de 2018 com um crescimento de 0,1% em comparação com o trimestre anterior, valor que ainda pode ser revisto para baixo—, Guedes afirma que está confiante que o segundo trimestre “já deve começar a ser positivo”, se as reformas propostas pelo Governo conseguirem caminhar. “O presidente foi eleito com duas campanhas: acabar com a criminalidade e roubalheira e colocar o país no caminho do crescimento. O presidente passou 10, 15 dias num hospital em janeiro e o Congresso só chegou em fevereiro. Temos incompletos quatro meses e mandamos as duas principais reformas – a do Moro, contra a criminalidade, e a reforma da Previdência, que é a mais importante. As propostas estão lá.”

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O ministro defende que o Brasil é um país que deveria estar crescendo 3%, 3,5% ao ano. “Todo mundo pensou que a economia já fosse crescer 2%, 3% neste primeiro ano, exatamente pela potência da plataforma liberal”, afirma. Segundo ele, essa plataforma tem como base a redução e simplificação de impostos, juros mais baixos e energia barata aumentando a competição na distribuição e no refino de petróleo e gás. Mas dependem das reformas. “E como tá demorando, as previsões [econômicas] foram revistas para baixo”, lembra.

O mais recente boletim Focus, uma publicação semanal elaborada pelo Banco Central com base nas perspectivas das instituições financeiras, reduziu pela 13ª vez consecutiva a estimativa de alta do PIB de 2019, para 1,23%. Para 2020, a projeção ainda se mantém, com alta de 2,50%, em linha com os sonhos mais otimistas de Guedes.

“Com a reforma da Previdência teremos um horizonte fiscal de 15, 20 anos de estabilidade e os investimentos privados serão retomados”, afirma Guedes, em relação a redução de 1,7% nos investimentos de empresas no primeiro trimestre, que incluem compras de maquinários e projetos de expansão, em comparação com o quarto trimestre de 2018. “A formação bruta de capital fixo não está em queda nos último três meses, está em queda nos últimos 15 anos porque o Brasil está sem o horizonte fiscal”, afirma.

Quando contestado sobre outras ações que o Governo poderia fazer para tentar estimular a economia, além de colocar toda a aposta nas reformas estruturais, Guedes é enfático: “A economia não está respondendo, porque nada foi feito ainda”. Ele defende que medidas paliativas apenas levam o país a “voos de galinha”. “Uma liberaçãozinha aqui, baixar artificialmente os juros para reativar a economia...foi assim que o último Governo caiu, com irresponsabilidade fiscal e juro baixo. Não vamos fazer nem truques nem mágicas, vamos fazer as reformas sérias.”

Mesmo assim, Guedes garante que o Governo não está parado à espera das reformas. “Fizemos mais coisas: a MP da liberdade econômica, estamos simplificando e desburocratizando. Estamos a semanas de anunciar o maior acordo da história recente do país, o Brasil pode entrar no mercado comum europeu. Conseguimos o apoio do Governo americano para entrar na OCDE. Estamos fechando um acordo com os argentinos, que o país negocia há mais de dez anos. Tiramos a cessão onerosa [da Petrobras], que estava há cinco anos parada, junto com o ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, e vamos para os leilões no final desse ano”.

Para ele, uma vez aprovada a reforma da Previdência, o horizonte de investimentos vai “clarear”. “A eleição de Bolsonaro significa que o Brasil não vai virar a Venezuela, mas não garantiu ainda que o Brasil não vire a Argentina”, alerta. Guedes afirma que o Governo de Cristina Kirchner quebrou a economia do país vizinho. “Macri entrou e não fez as reformas com a profundidade necessária, por isso a inflação está acima de 30%, uma situação fiscal dramática.”

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