EUA revogam visto de agentes sauditas suspeitos de matar o jornalista Khashoggi
Secretário de Estado diz que outras sanções serão adotadas, mas Trump evita culpar diretamente Riad
A crescente pressão pelo brutal assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, crítico da monarquia absolutista do seu país, obrigou a administração de Donald Trump a mover as peças e anunciar uma primeira medida de resposta. O secretário de Estado Mike Pompeo informou nesta terça-feira, 23, à imprensa que será revogado o visto dos funcionários do país supostamente envolvidos na morte do repórter, que vivia nos EUA e era colunista regular do The Washington Post. Trata-se de uma penalização leve, embora Washington advirta que outras medidas surgirão à medida que as investigações avançarem.
“Estas sanções não serão a última palavra dos EUA sobre este assunto”, disse o chefe da diplomacia norte-americana. “Estamos deixando claro que não toleraremos esta forma desumana de silenciar o senhor Khashoggi, um jornalista, por meio da violência”, acrescentou. Pompeo informou que os EUA tinham identificado como supostos responsáveis não só agentes de inteligência, mas também funcionários da corte real e de diferentes ministérios.
Pela manhã, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, qualificou como “selvagem” o episódio, ocorrido no consulado saudita de Istambul, e assegurou que, contra a versão do regime saudita, tratou-se de uma morte planejada e não fruto de uma briga. Riad demorou mais de duas semanas para admitir que o jornalista morreu no consulado, e agora atribui a culpa a agentes que, segundo sua versão, não atuaram sob as ordens do regime.
Trump se referiu na tarde desta terça-feira ao ocorrido como “o pior acobertamento da história”. “Foi um fiasco total”, acrescentou. Mesmo assim, não apontou o dedo para o regime, um de seus sócios comerciais mais valiosos, com um contrato de venda de armas de mais 100 bilhões de dólares assinado em 2017, e um aliado-chave contra o Irã. Mesmo assim, vários legisladores norte-americanos, tanto democratas como republicanos, pressionaram para que o Governo responda com dureza a uma morte que atribuem à monarquia saudita. Perguntado sobre isso, o presidente disse que deixaria a aprovação de possíveis sanções nas mãos do Congresso.
Khashoggi foi em 2 de outubro à missão diplomática da Arábia Saudita em Istambul e nunca chegou a sair do edifício. Os investigadores turcos acreditam que foi torturado e esquartejado para facilitar a saída ou desaparecimento de seu cadáver. O Governo de Ancara advertiu que não aceitará que os funcionários com as mãos manchadas de sangue sejam os únicos responsáveis pelo ocorrido. “Culpar alguns agentes de segurança e da inteligência por este caso não nos satisfará, nem à comunidade internacional”, disse Erdogan durante a manhã.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.