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Britânicos intoxicados foram expostos ao mesmo agente nervoso que espião russo

Envenenamento aconteceu no último sábado a poucos quilômetros de Salisbury, próximo ao local onde o ex-espião russo e sua filha foram vítimas de envenenamento em março

Polícia coleta amostras em Salisbury em março, após o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha.
Polícia coleta amostras em Salisbury em março, após o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha.Ben Stansall (AFP)
Pablo Guimón

Um homem e uma mulher estão em estado crítico depois de terem sido expostos ao mesmo agente nervoso que envenenou o ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia há quatro meses, segundo confirmou a polícia britânica na noite desta quarta-feira. Dawn Sturgess, 44, e Charlie Rowley, 45, ambos de nacionalidade britânica, foram encontrados inconscientes no último sábado em uma casa na cidade de Amesbury, a apenas 13 quilômetros de Salisbury, onde os Skripal supostamente foram atacados com o produto tóxico Novichok. Não há “nada em seus antecedentes” que faça a polícia suspeitar de que Rowley e Sturgess tenham sido alvo de um ataque. A unidade antiterrorista assumiu a investigação. O Governo britânico convocou uma reunião do comitê interministerial de emergência Cobra para analisar os eventos.

“Esta noite recebemos os resultados das análises indicam que Sturgess e Rowley foram expostos ao agente nervoso Novichok”, informou em nota o diretor da agência britânica anti-terrorismo, Neil Basu. Ambos estão internados no hospital de Salisbury, o mesmo em que os Skripal foram tratados.

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Vários locais em Amesbury e Salisbury foram isolados por precaução, incluindo um parque perto do banco em que os Skripal foram encontrados, e aonde Sturgess e Rowley teriam ido na noite antes de passar mal. As autoridades de saúde pública não consideram que haja um “risco significativo à saúde” para o público em geral, mas avisam que a afirmação será “continuamente avaliada segundo as informações obtidas”, disse um porta-voz.

Os dois britânicos foram encontrados inconscientes na tarde de sábado em uma casa da rua Muggleton Road, no extremo sul da cidade. Inicialmente, como no caso dos Skripal, a polícia trabalhava com a hipótese de intoxicação vinculada ao consumo de heroína ou crack, mas disse que estavam sendo realizados exames adicionais “para definir a natureza da substância que intoxicou os pacientes”. A confirmação de que se trata do mesmo agente nervoso do caso Skripal veio quatro dias depois. Os policiais reforçaram a vigilância em Amesbury e Salisbury e investigaram os locais onde as duas pessoas afetadas estiveram nas horas antes do envenenamento.

A forte presença policial e os cordões de isolamento trouxeram aos moradores da região lembranças perturbadoras de Serguei e Yulia Skripal, reforçadas pela confirmação divulgada pela polícia. O caso do ex-espião russo colocou a pacata Salisbury nas manchetes do mundo todo. O Governo britânico acusou diretamente Moscou de envenenar Skripal e sua filha com o agente nervoso Novichok, de fabricação russa, segundo análises realizadas no laboratório militar Porton Down, perto de Salisbury.

O incidente desencadeou uma grave crise diplomática entre Londres e Moscou e uma onda de expulsões de diplomatas, à qual aderiram os principais aliados ocidentais do Reino Unido. Sergei Skripal, que recebeu asilo no Reino Unido depois de ser liberado em uma troca de espiões em 2010, e sua filha Yulia, que visitava seu pai em Salisbury, ficaram algumas semanas em tratamento antes de receberem alta.

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