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Moscou diz que não envenenou espião russo e exige que Reino Unido prove as acusações

Ministro de Assuntos Exteriores diz que Londres se negou a dar acesso aos materiais relacionados ao ataque com o "agente nervoso"

O ministro de Assuntos Exteriores da Rússia, Serguéi Lavrov, nesta terça-feira em Moscou.
O ministro de Assuntos Exteriores da Rússia, Serguéi Lavrov, nesta terça-feira em Moscou.REUTERS
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O ministro de Assuntos Exteriores da Rússia, Serguéi Lavrov, disse nesta terça-feira que o Governo britânico se negou a deixar Moscou ter acesso às provas relacionados com o ataque com um "agente nervoso" contra o ex-espião Serguéi Skripal e sua filha Yulia. Lavrov afirmou que Moscou não é culpado pelo envenenamento do ex-agente e disse que seu Governo está pronto para cooperar. Também deixou claro que seu país responderá às acusações quando o Governo Britânico "cumprir suas obrigações" de acordo com a Convenção de Armas Químicas e entregar uma amostra da substância que supostamente foi usada no ataque.

O Reino Unido deu a Vladimir Putin, que disputará a eleição presidencial no dia 18 de março, até o fim desta terça-feira para explicar o que aconteceu com o ex-espião acusado de passar segredos para os serviços de inteligência britânicos, ou enfrentar o que disse serem medidas “muito mais extensas” contra a economia russa.

Skripal, de 66 anos, e Yulia, de 33, estão hospitalizados em estado grave desde 4 de março, quando foram encontrados inconscientes em um banco do lado de fora de um shopping na cidade de Salisbury, no sul da Inglaterra.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse ser “altamente provável” que Moscou seja responsável pelo ataque, depois que o Reino Unido identificou que a substância utilizada faz parte do grupo de agentes nervosos Novichok, desenvolvidos por militares soviéticos durante os anos 1970 e 1980.

“Agora é claro que o sr. Skripal e sua filha foram envenenados com um agente nervoso de grau militar de um tipo desenvolvido pela Rússia”, disse May. “Ou isso foi um ato direto do Estado russo contra o nosso país, ou o governo russo perdeu o controle de seu agente nervoso potencialmente catastrófico e permitiu que ele chegasse às mãos de outros”.

O embaixador russo, Alexander Yakovenko, foi convocado ao gabinete de Relações Exteriores britânico e recebeu prazo até o fim desta terça-feira para fornecer uma explicação. Nesta terça-feira, a Rússia também convocou o embaixador britânico, Laurie Bristow, segundo agências de notícias russas.

Estados Unidos

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, disse nesta segunda-feira ter "plena confiança" na conclusão à qual chegou o Reino Unido sobre uma "alta probabilidade" de que a Rússia esteja por trás do ataque ao ex-espião.

"Temos plena confiança na investigação do Reino Unido e na sua conclusão de que a Rússia é provavelmente responsável pelo ataque com um agente nervoso que aconteceu na semana passada em Salisbury (Inglaterra)", disse Tillerson em comunicado.

"Da Ucrânia à Síria - e agora no Reino Unido -, a Rússia continua sendo uma força irresponsável de instabilidade no mundo, atuando com um desprezo geral à soberania de outros Estados e à vida de seus cidadãos", acrescentou.

Tillerson conversou por telefone com seu homólogo britânico, Boris Johnson, com quem concluiu que "os responsáveis pelo crime - os que o cometeram e os que o ordenaram - devem enfrentar sérias consequências". "Não há nunca justificativa alguma para este tipo de ataque, a tentativa de assassinato de um cidadão em território de uma nação soberana. E nos indigna que a Rússia parece ter se envolvido de novo nesse tipo de comportamento", declarou Tillerson.

O pronunciamento do secretário americano aconteceu depois que a Casa Branca condenou o ataque, mas evitou responsabilizar a Rússia, como fez Tillerson.

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