‘Vovó nazista’ condenada por negar o Holocausto vai para a prisão
Aos 89 anos, ela afirma que Auschwitz não era um campo de extermínio
![Ana Carbajosa](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/https%3A%2F%2Fs3.amazonaws.com%2Farc-authors%2Fprisa%2Ffaa5ff7d-a4e8-4b2a-b4a6-1ef4ab0a9aff.png?auth=ef2a89c10c92e5f4e9532ee335711f7688a510091f8be84eae96b557d58db555&width=100&height=100&smart=true)
![A negacionista alemã Ursula Haverbeck, em um tribunal de Detmold, na Alemanha, em novembro](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/RKX2HABTEIKJ7ZAXW3GGJWDJYY.jpg?auth=9ef07fab8ed24f886ccf78f99481fc36b692bbad0c62ce19e702281e4f3e17ac&width=414)
Ursula Haverbeck, mais conhecida como vovó nazista, foi presa e encaminhada o presídio aos 89 anos. A octogenária, uma figura de destaque nos círculos negacionistas do Holocausto, afirma que Auschwitz não era um centro de extermínio, mas apenas um campo de trabalho.
A vovó nazista é reincidente. Haverbeck já foi condenada no passado, mas recorreu das sentenças anteriores e até agora nunca havia sido presa. Dois anos atrás, ela foi condenada por enviar cartas a um prefeito e um jornal negando as atrocidades cometidas pelo regime nazista, incluindo a morte de seis milhões de judeus. “O Holocausto é a maior mentira da História”, disse ela.
Em agosto passado, a Justiça alemã condenou a octogenária a dois anos de prisão por oito acusações de incitação ao ódio. Em 23 de abril, a idosa deveria ir para o presídio, mas não se apresentou. No domingo passado, a promotoria pública de Verden, no norte do país, emitiu um mandado de prisão.
Segundo o artigo 130 do código penal alemão, “quem negar, aprovar ou minimizar, publicamente ou em uma reunião, um ato cometido durante o regime nacional-socialista [...] será punido com pena de prisão de até cinco anos”.
O comitê internacional de Auschwitz expressou preocupação no domingo e pediu que as autoridades alemãs intensificassem a busca por Haverbeck. “Esperamos que a polícia a esteja procurando intensamente”, disse à agência de notícias alemã DPA o vice-presidente executivo do comitê, Christoph Heubner.
Na segunda-feira, os policiais prenderam a idosa na sua residência em Vlotho, no noroeste da Alemanha. Haverbeck foi levada para uma penitenciária em Bielefeld, no estado da Renânia do Norte-Vestfália.
Em artigo escrito para a Stimme des Reiches (Voz do Reich), uma publicação de extrema direita, Haverbeck expressou abertamente suas teses negacionistas. Ela é viúva de Werner Georg, um conhecido líder do partido nazista que fundou, no início dos anos 1960, um centro educacional ambientalista e de extrema direita chamado Collegium Humanum. O Ministério do Interior da Alemanha acabou proibindo o funcionamento da instituição em 2008 por sua “negação repetida do Holocausto”.