_
_
_
_

‘Vovó nazista’ condenada por negar o Holocausto vai para a prisão

Aos 89 anos, ela afirma que Auschwitz não era um campo de extermínio

Ana Carbajosa
A negacionista alemã Ursula Haverbeck, em um tribunal de Detmold, na Alemanha, em novembro
A negacionista alemã Ursula Haverbeck, em um tribunal de Detmold, na Alemanha, em novembroBernd Thissen (AP)

Ursula Haverbeck, mais conhecida como vovó nazista, foi presa e encaminhada o presídio aos 89 anos. A octogenária, uma figura de destaque nos círculos negacionistas do Holocausto, afirma que Auschwitz não era um centro de extermínio, mas apenas um campo de trabalho.

A vovó nazista é reincidente. Haverbeck já foi condenada no passado, mas recorreu das sentenças anteriores e até agora nunca havia sido presa. Dois anos atrás, ela foi condenada por enviar cartas a um prefeito e um jornal negando as atrocidades cometidas pelo regime nazista, incluindo a morte de seis milhões de judeus. “O Holocausto é a maior mentira da História”, disse ela.

Em agosto passado, a Justiça alemã condenou a octogenária a dois anos de prisão por oito acusações de incitação ao ódio. Em 23 de abril, a idosa deveria ir para o presídio, mas não se apresentou. No domingo passado, a promotoria pública de Verden, no norte do país, emitiu um mandado de prisão.

Mais informações
Cerca de 26% dos judeus europeus dizem ter sofrido preconceito por sua religião
Como reconhecer uma teoria da conspiração

Segundo o artigo 130 do código penal alemão, “quem negar, aprovar ou minimizar, publicamente ou em uma reunião, um ato cometido durante o regime nacional-socialista [...] será punido com pena de prisão de até cinco anos”.

O comitê internacional de Auschwitz expressou preocupação no domingo e pediu que as autoridades alemãs intensificassem a busca por Haverbeck. “Esperamos que a polícia a esteja procurando intensamente”, disse à agência de notícias alemã DPA o vice-presidente executivo do comitê, Christoph Heubner.

Na segunda-feira, os policiais prenderam a idosa na sua residência em Vlotho, no noroeste da Alemanha. Haverbeck foi levada para uma penitenciária em Bielefeld, no estado da Renânia do Norte-Vestfália.

Em artigo escrito para a Stimme des Reiches (Voz do Reich), uma publicação de extrema direita, Haverbeck expressou abertamente suas teses negacionistas. Ela é viúva de Werner Georg, um conhecido líder do partido nazista que fundou, no início dos anos 1960, um centro educacional ambientalista e de extrema direita chamado Collegium Humanum. O Ministério do Interior da Alemanha acabou proibindo o funcionamento da instituição em 2008 por sua “negação repetida do Holocausto”.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_