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Eleições na Catalunha
Coluna
Artigos de opinião escritos ao estilo de seu autor. Estes textos se devem basear em fatos verificados e devem ser respeitosos para com as pessoas, embora suas ações se possam criticar. Todos os artigos de opinião escritos por indivíduos exteriores à equipe do EL PAÍS devem apresentar, junto com o nome do autor (independentemente do seu maior ou menor reconhecimento), um rodapé indicando o seu cargo, título académico, filiação política (caso exista) e ocupação principal, ou a ocupação relacionada com o tópico em questão

Desafios para o dia seguinte

O princípio da realidade deve se impor e que retorne o tempo da política

Josep Ramoneda
Bandeiras espanholas, 'senyeras' e estreladas nas sacadas de Barcelona.

O que esperar das eleições da Catalunha? Que o princípio da realidade seja imposto, que o tempo do pensamento ilusório se desintegre e que a política retorne: ou seja, a busca negociada de soluções realmente possíveis. É pedir muito depois de uma campanha anormal que começou com a fabulação da derrota do independentismo por parte do bloco constitucional, mas se desenvolveu em termos de confronto entre dois blocos fechados que só concordaram em um ponto: a rejeição dos equidistantes. Nestes termos, infelizmente, há apenas espaço para a linguagem da vitória e da derrota. E é preciso sair daí.

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Se não quisermos que, imersos na lógica dos bons e dos maus, tudo piore, o dia seguinte apresenta desafios inevitáveis. O primeiro, fazer todo o possível para configurar uma maioria parlamentar que permita formar Governo. Ter que repetir as eleições teria consequências catastróficas para todos. Evitá-las deveria ser um imperativo vinculante.

Para isso -- segundo desafio --, embora agora pareça impossível, teremos que começar a abrir as fronteiras entre os blocos e dar espaço àqueles que podem oferecer uma maior margem de polivalência, começando com os comuns. Será necessário rever algumas linhas vermelhas de campanha, mesmo que, com alguns líderes independentistas na prisão e outros no exterior, não seja fácil. Agora pagamos por não ter privilegiado o caminho político neste conflito.

Naturalmente -- terceiro desafio --, a soberania terá que abandonar o sonho do unilateralismo, e o constitucionalismo a fantasia de erradicar o independentismo ou reduzi-lo à marginalidade. Não cabe a esperança de forçar a ruptura com um Estado forte, nem a pretensão de negar um projeto político que recebe o apoio de dois milhões de cidadãos.

Por isso -- quarto desafio --, é imprescindível que, em ambos os lados, a política, a mídia e o mundo acadêmico e intelectual abandonem o recurso fácil aos eternos temas alheios à realidade atual da Catalunha e da Espanha, que só acirram os debates e aumentam a distância, o ressentimento e o revanchismo.

Portanto -- quinto desafio --, os partidos espanhóis tradicionais devem deixar de olhar para a Catalunha como um território estrangeiro. Não ter um projeto político a oferecer aos catalães é um desdém que se paga (como o PP, partido do presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, comprovará).

Em suma, sexto desafio: devemos rever uma tendência perigosa que se espalha por toda a Europa: a judicialização da vida social e política. A Justiça em uma sociedade aberta e democrática deve ser a última instância. Os conflitos devem ser resolvidos com a política, com as normas e os hábitos de convivência, com a negociação, com a capacidade das pessoas de conversar e se entender. Quando a Justiça ocupa repetidamente o centro da cena, algo dá errado. É aí que começa o autoritarismo pós-democrático.

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