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Charles Manson, o assassino mais famoso dos EUA, morre aos 83 anos

Mentor do assassinato da atriz Sharon Tate e de outras seis pessoas passou quase meio século na cadeia

Charles Manson, fotografado em agosto de 2017 na prisão estadual da Califórnia.
Charles Manson, fotografado em agosto de 2017 na prisão estadual da Califórnia.HANDOUT (REUTERS)
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Charles Manson, mentor do assassinato da atriz Sharon Tate, ocorrido em 1969, morreu neste domingo aos 83 anos, segundo fontes carcerárias citadas pela agência Reuters. O chefe da seita conhecida como Família Manson, que passou quase meio século atrás das grades, havia sido levado três dias antes para o hospital Mercy, em Bakersfield (Califórnia), já em estado gravíssimo. Lá ficou custodiado por cinco policiais, recebendo tratamento para uma doença não especificada.

O psicopata já havia sido internado em janeiro para ser operado de lesões intestinais e de uma hemorragia interna, mas os médicos consideraram que estava fraco demais para isso e o mandaram de volta para a prisão. Debra Tate, irmã de Sharon Tate, relatou ao site de celebridades TMZ que recebeu um telefonema das autoridades carcerárias anunciando que Manson morreu às 20h13 deste domingo (2h13 de segunda-feira, pelo horário de Brasília).

Manson é um dos assassinos mais famosos do mundo desde que vários membros de sua seita, tendo ele próprio à frente, foram acusados e condenados por uma série de cruéis assassinatos sem motivo aparente, cometidos entre julho e agosto de 1969. Entre as sete pessoas que perderam a vida nesses crimes estava Sharon Tate, esposa do cineasta Roman Polanski e grávida de oito meses quando foi assassinada.

Tate foi apunhalada 16 vezes, e com seu sangue os criminosos pintaram a palavra “porca” na porta da casa onde ela vivia. Três membros da Família Manson – Susan Atkins, Patricia Krenwinkel e Leslie Van Houten – também foram condenadas pela morte de outras quatro pessoas relacionadas ao mundo do espetáculo e que se encontravam na casa do Polanski. Na noite seguinte, numa loja dos arredores, foram assassinados de uma forma semelhante Leno LaBianca e sua esposa, Rosemary. A brutalidade dos crimes e a fama de algumas das vítimas fez com que esse macabro incidente entrasse para a história.

Segundo promotores, a intenção do grupo era desencadear uma guerra racial apocalíptica entre brancos e negros, no qual que eles acabariam dominando um mundo habitado exclusivamente por pessoas de raça negra. Essas ideias provinham de uma profecia que Manson acreditou detectar na canção Helter Skelter, dos Beatles.

Manson foi inicialmente condenado à morte em 1971, mas a pena foi comutada no ano seguinte para a prisão perpétua, quando a Suprema Corte dos EUA aboliu temporariamente a pena capital. Desde então, ele permaneceu atrás das grades, e em várias ocasiões a Justiça rejeitou pedidos de liberdade condicional. Tinha uma suástica tatuada na testa, que ele gravou durante o julgamento.

Durante sua permanência na prisão, Charles Manson ameaçou e atacou funcionários carcerários e foi acusado de posse de armas e celulares. Passava os dias jogando xadrez no pátio, lendo a Bíblia, defendendo o ambientalismo e recebendo visitas. No final de 2014, pediu autorização para se casar com uma mulher de 26 anos, Afton Elaine Burton, mas o enlace acabou não ocorrendo. Em 2012, o guru psicopata apresentou seu último recurso em busca da liberdade antecipada, que foi rejeitado. Só poderia voltar a fazer o pedido em 2027.

Sua mãe, uma cleptomaníaca alcoólatra que o pariu aos 16 anos, o trocou por uma caneca de cerveja quando o menino tinha quatro anos. Nunca soube quem era seu pai. Aos nove anos, recebeu a primeira condenação: três anos por assalto à mão armada.

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