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Meninas cantam Beyoncé para reivindicar direitos em seu dia internacional

Iniciativas compartilhadas nas redes pedem o fim da violência contra menores em todo o mundo

Tiquania Lewis, de 2 anos, brinca com sua irmã Tiquanisha, de 5, na ilha de Anguilla
Tiquania Lewis, de 2 anos, brinca com sua irmã Tiquanisha, de 5, na ilha de AnguillaJoe English/Unicef

Forçadas a se casarem, sem acesso a educação ou vítimas de mutilação genital. Ainda são milhões as meninas de todo o mundo que não podem desfrutar de sua infância. É um número alto demais. E seu dia internacional é celebrado neste 11 de outubro. No vídeo dirigido por MJ Delaney para The Global Goals, em colaboração com o Unicef e a Fundação Gates, meninas de diferentes nacionalidades usam a música Freedom, de Beyoncé, como trilha sonora para exigir ação, liberdade e o fim de qualquer tipo de violência a que estão submetidas.

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As pequenas protagonistas do vídeo nos relembram que a cada cinco minutos uma menina morre vítima da violência. Os números que se seguem são igualmente assustadores: as mulheres representam 71% das vítimas do tráfico humano, enquanto 63 milhões delas já sofreram mutilação genital. Ser menina também equivale a estar exposta ao dobro da possibilidade de contrair o HIV.

“As meninas de todo o mundo lutam todos os dias por sua liberdade”, conclui o vídeo, que convida o espectador a se unir a elas e a compartilhar mensagens nas redes sociais com a hashtag #FreedomForGirls.

No que concerne a educação, o número de meninas que não frequentam a escola é de 130 milhões. Por isso, a ONU marca este 11 de outubro com um recente discurso de Malala Yousafzai, no qual a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2014 faz um apelo por mais investimentos. “O que foi feito até agora?”, pergunta a jovem paquistanesa, lembrando-nos de que nos últimos dois anos nenhum dos nove maiores países do Hemisfério Sul alcançaram as metas recomendadas para esse âmbito. “As Metas de Desenvolvimento Sustentável foram uma promessa para apoiar meninas, mas até agora estamos decepcionando a nós mesmos. Quando meninas não podem ir à escola, elas perdem a oportunidade de realizar seus sonhos e o mundo desperdiça esse potencial”.

Mais de quatro em cada 10 meninas se casam antes de chegar à maioridade na África central e ocidental. Em todo o mundo, elas são quase 750 milhões, segundo a ONU Mulheres.

As mulheres sempre foram catalizadoras de mudanças. Isso é retratado neste outro vídeo de Bert&Bertie para a Fundação Gates sobre o incrível poder dos movimentos femininos ao longo da história para obter conquistas como maior igualdade, da Inglaterra à África do Sul, do Egito aos Estados Unidos, o Mali, a Zâmbia ou a Índia.

Há algumas semanas foi entregue em Nova York o Global Goals Awards 2017, em um exemplo muito claro desse crescente poder. Entre os premiados se destacaram Marieme Jamme, do Senegal; Ria Sharma, da Índia; e Laura Olloa, que tinha 11 anos quando foi sequestrada pelas FARC em seu país, a Colômbia. Desde que conseguiu recuperar sua liberdade, ela trabalha para ajudar os ex-membros da guerrilha a se reintegrarem na sociedade, como conta neste depoimento.

A celebração do Dia da Internacional das Meninas nos relembra que colocar fim à violência e à discriminação não é uma responsabilidade exclusiva delas, mas de uma sociedade inteira.

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