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“Conto minha história não porque seja única, mas porque não é”

Malala, premiada mais jovem da história, recebe o Nobel da Paz com o indiano Satyarthi

Foto: reuters_live | Vídeo: REUTERS / Reuters-Live

A jovem paquistanesa Malala Yousafzai e o ativista indiano Kailash Satyarthi, presidente da Marcha Global contra o Trabalho Infantil, receberam nesta quarta-feira à tarde o Nobel da Paz em cerimônia em Oslo (Noruega).

“Conto minha história não porque seja única, mas porque não é”, disse Malala, de 17 anos, a contemplada mais jovem da história do prêmio. “É a história de muitas meninas.”

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A paquistanesa é também a décima sexta mulher ganhadora, ao lado de 87 homens e 23 instituições. A jovem muçulmana se tornou símbolo mundial da luta pelos direitos humanos em 2012, quando foi baleada por extremistas talibãs em razão de seu ativismo pela educação de meninas em seu país. Apesar da gravidade do ataque —um tiro na cabeça que afetou cabeça e ombro—, sobreviveu depois de longa tempo no hospital. Após a alta, retomou o ativismo para difundir mensagem de paz, o que foi considerado “exemplar” pelo comitê do Nobel".

Já o indiano Sayarthi, de 60 anos e comparado ao histórico ativista Mahatma Gandhi pelo comitê do prêmio, foi contemplado por seu trabalho contra a exploração infantil na Índia.

“Perdi dois colegas”, disse o indiano sobre seu trabalho. “Carregar o corpo de um de seus amigos, que lutava para proteger as crianças, é algo que nunca vou esquecer, ainda que esteja aqui para receber o prêmio Nobel.”

Satyarthi pôs a ferida da exploração de menores sob o foco internacional, estimulando protestos pacíficos e convenções sobre os direitos da infância. Entre outras ações, o indiano promove o repúdio à compra de objetos fabricados por menores e organiza marchas infantis para chamar a atenção sobre as degradantes condições dos jovens explorados e exigir o cumprimento da lei.

Malala e Satyarthi, que dividirão os oito milhões de coroas suecas (cerca de 2,8 milhões de reais) do prêmio deste ano, receberam o diploma e a medalha de honra na cerimônia que teve a presença da família real norueguesa e de outras autoridades. A organização premiou no ano passado a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) por seus esforços pela eliminação de arsenais perigosos.

Além disso, a dupla de premiados vai inaugurar na quinta-feira uma exposição no mesmo centro da cerimônia, com objetos pessoais seus, como por exemplo o uniforme escolar usado por Malala no dia em que tentaram matá-la; também assistirão, esta noite, ao concerto do Nobel da Paz no auditório Spektrum, na capital norueguesa.

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