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Partido independentista anuncia separação da Catalunha para a próxima segunda-feira

Na data, o presidente do governo regional, Carles Puigdemont, vai a sessão plenária para avaliar referendo

Àngels Piñol
Sessão do Parlamento catalão
Sessão do Parlamento catalãoALBERT GARCIA

A coalizão Juntos pelo Sim e o partido CUP protocolaram no Parlamento da Catalunha um pedido para que o presidente da Generalitat (Governo regional), Carles Puigdemont, compareça ao plenário na próxima segunda-feira para oferecer a sua avaliação do referendo de 1º. de outubro e detalhar os seus efeitos. O único item da pauta é o comparecimento de Puigdemont, mas a deputada Mireia Boya, do partido esquerdista e separatista Candidatura da Unidade Popular (CUP), disse que a sessão servirá para “proclamar a independência e a república catalã”. O grupo anticapitalista admitiu estar consciente da possibilidade de “detenções ou cassações”, mas reiterou que seu objetivo é que essa sessão plenária da segunda-feira, 9 de outubro, ocorra a qualquer custo.

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Em discurso no Parlament, Boya e seu colega Benet Salellas admitiram que houve discrepâncias com a coalizão Juntos pelo Sim (que reúne os partidos nacionalistas PDeCat, de centro-direita, e ERC, de centro-esquerda), já que a CUP preferia realizar a sessão o quanto antes. Salellas nega que sua ideia ao convocar a sessão fosse se antecipar a alguma medida de Madri – “Vamos fazer de qualquer jeito” –, e recordou que a CUP, com seus 10 deputados, é “uma peça pequena a engrenagem”. O partido fez um apelo aos cidadãos da Catalunha para que se mobilizem de forma permanente e defendam o resultado do referendo. “Mobilização, mobilização e mobilização", reiterou a parlamentar. Salellas, por sua vez, observou que a soberania da sociedade catalã nunca esteve tão ameaçada e criticou as estruturas do Estado espanhol por orquestrar uma estratégia de “castigo coletivo” contra a população, que culminou com o áspero discurso do rei Felipe VI na noite de terça. “Isto não vai tem a ver com Rajoy nem com o PSOE. Tem a ver com todas as instituições, com juízes e promotores que não investigaram por iniciativa própria as violações de direitos humanos”.

“Entre não fazer nada e estarmos dispostos a que nos quebrem a cara, optamos por esta segunda opção”, diz Albiol

A CUP salientou que ainda está avaliando com o JpS como será a estrutura da sessão plenária em que pretendem proclamar a independência. Fontes parlamentares disseram que, durante a reunião da mesa diretora, o JpS – com maioria no Parlament – salientou que Puigdemont deseja se dirigir ao plenário para avaliar os resultados do referendo, que ocorreu apesar de ter sido suspenso pelo Tribunal Constitucional da Espanha, e detalhar os “efeitos” da sua aplicação segundo as leis aprovadas no início de setembro pela assembleia regional. O president fará às 21h desta quarta-feira (16h em Brasília) uma declaração institucional pelo canal público TV3, segundo fontes do Governo.

Os três partidos da oposição (Cidadãos, PSC e PP), apresentaram pedidos de reconsideração à mesa diretora do Parlamento regional para que a sessão plenária não fosse realizada, mas esses recursos foram desconsiderados. Às 15h30 está convocada uma reunião de líderes para estabelecerem a pauta. Xavier García Albiol, líder do Partido Popular (que governa a Espanha), foi taxativo. “A independência não vai acontecer, seja nos dia 9, no 10 ou no 8”, afirmou Albiol, manifestando sua confiança no Governo de Mariano Rajoy e nas “instituições democráticas” para que tomem a decisão mais conveniente. “Não é tão importante como fazemos, e sim o resultado final”, acrescentou, justificando o uso da força como um instrumento legítimo do Estado. “E são aqueles que estão perpetrando um golpe de Estado que devem acabar pagando as consequências, que se restabeleça a democracia nas instituições da Generalitat e, no prazo mais curto desejável, tentar voltar à normalidade”. Albiol acrescentou que, perante um dilema de tal envergadura, “a maior dificuldade enfrentaremos nós, do Partido Popular. Entre não fazer nada e estarmos dispostos a que nos quebrem a cara, preferimos esta última opção”.

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