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Cultivo de coca na Colômbia aumentou mais de 50% em 2016

Produção passou de 96.000 para 146.000 hectares, segundo a ONU, muito próxima do nível de 2001

Francesco Manetto
Erradicadores de cultivos de coca em Antioquia
Erradicadores de cultivos de coca em AntioquiaRaúl Arboleda (AFP)

A Colômbia acaba de enterrar a guerra com as FARC depois de mais de 50 anos, mas o Estado ainda não conseguiu conter um dos males relacionados com o conflito armado. O cultivo de coca aumentou 52% em 2016 e a produção voltou ao nível de 2001, passando de 96.000 para 146.000 hectares, segundo o último relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), divulgado na sexta-feira. Apesar do aumento, a produção se concentrou em alguns departamentos como Nariño, Putumayo e Norte de Santander (que possuem 63% das plantações), ou seja, mais folha de coca foi cultivada em uma superfície menor.

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A agência da ONU afirma que entre as possíveis causas estão “uma percepção de redução no risco associado à atividade ilícita devido à suspensão da pulverização aérea e à possibilidade de evitar a erradicação forçada”. “Além disso”, aponta o estudo, “foram introduzidos termos como cultivos de uso ilícito em lugar de cultivos ilícitos; algumas comunidades interpretaram isso como uma autorização para plantar coca, pois o ilegal era o uso e não o cultivo”. As Nações Unidas também apreciam um aumento “das expectativas para receber benefícios como contrapartida” pela substituição dos cultivos de coca, particularmente associados às expectativas derivadas do ponto 4 do Acordo de Paz”, que se refere à solução do problema de drogas ilícitas.

A paz na Colômbia também passa pelo fim dos cultivos ilegais e essa parte do processo, fundamental para a renovação da zona rural, teve em maio um impulso que pretende ser decisivo. O Governo de Juan Manuel Santos iniciou, com um ato simbólico no departamento de Meta, um programa que tem como objetivo acabar em um ano com 50.000 hectares por meio de substituição voluntária dessas plantações, cerca de um terço do total, e com outros 50.000 através de um plano de erradicação forçada que em 5 de julho já havia eliminado 20.297 hectares.

Diante dos números da ONU, o Executivo diz que nunca baixou a guarda e promete responder “com determinação” ao desafio de acabar com as plantações ilegais no país. “Que ninguém se engane pensando que esses números imobilizam o Governo”, disse o vice-presidente, o general Óscar Naranjo. Segundo as autoridades, é relevante o fato de que, de acordo com o relatório, “as áreas plantadas estejam concentradas nos mesmos municípios e regiões do ano imediatamente anterior”. Isto é, “o problema não se expandiu territorialmente”. Além disso, os acordos de paz devem permitir o acesso das forças de segurança às áreas de produção e a luta contra o tráfico de drogas.

Desde o começo do ano, o Estado apreendeu 200 toneladas de cocaína pura e fechou 122 laboratórios ilegais. As Nações Unidas afirmam, por outro lado, que em 3 dos 32 departamentos colombianos – La Guajira, Caldas e Cundinamarca – já não foram detectados cultivos de coca e que seis outros territórios têm menos de 50 hectares. O preço da folha de coca diminuiu em 2016 em comparação com 2015, mas em três anos passou de 0,66 centavos de dólar para cerca de um dólar por quilo.

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