As primeiras-damas dos Estados Unidos e suas causas
Uma recapitulação dos papéis das esposas dos presidentes norte-americanos

Nos Estados Unidos não é raro que a primeira dama adote algum pilar da agenda política social. Hillary Clinton impulsionou, de maneira ativa, uma reforma do sistema de saúde durante a presidência de seu marido, Bill Clinton. No entanto, outras, como Pat Nixon, preferiram não atuar ativamente, dedicando-se a acompanhar o presidente. A seguir, vamos relembrar os papéis desempenhados pelas primeiras-damas norte-americanas durante as últimas décadas e apresentar as intenções de Melania Trump, esposa do recém-eleito Donald Trump.

Melania Trump: Ciberbullying
A futura primeira-dama dos Estados Unidos, que participou muito pouco durante a campanha eleitoral de seu marido, Donald Trump, anunciou dias antes das eleições que, ao chegar à Casa Branca, se dedicaria a combater a violência cibernética contra menores através das redes sociais, mais conhecida como ciberbullying. No entanto, Melania não irá morar na residência presidencial imediatamente, e alguns especulam que será a filha de Trump, Ivanka, quem assumirá o papel de “primeira-dama”. Ivanka já é uma integrante fundamental da equipe de Governo de transição do magnata, e deixou claro o seu desejo de trabalhar em favor de políticas relacionadas à mudança climática.

Michelle Obama: Dietas saudáveis em colégios e educação feminina
Michelle dedicou seus oito anos na Casa Branca a trabalhar na implementação de dietas mais saudáveis nos colégios do país, que possui o maior número de pessoas obesas no mundo. Além disso, a mulher do presidente Barack Obama lutou em favor da educação de meninas a nível global.

Laura Bush: Alfabetização infantil e inovação nas salas de aula
A mulher do presidente George W. Bush dedicou seus anos em Washington a promover a alfabetização de crianças em todo o país, seguindo o exemplo de sua sogra, Barbara Bush. Com seu programa, Ready to Read, Ready to Learn (Preparados para Ler, Praparados para aprender), Laura trabalhou para melhorar o treinamento recebido por professores e apoiar o uso de novos métodos nas salas-de-aula, sobretudo nos primeiros anos de escola. Depois do começo das guerras no Afeganistão e no Iraque, ela estendeu seu apoio à educação ao âmbito internacional.

Hillary Clinton: Cobertura médica universal
Hillary Clinton, candidata democrata às eleições de 2016, se centrou na reforma do sistema de saúde durante sua estadia na Casa Branca com seu marido, o ex-presidente Bill Clinton. Hillary tentou tornar possível que os cidadãos tivessem acesso a uma cobertura universal, mas não teve êxito.

Barbara Bush: Aprovação da Lei de Alfabetização Nacional
Barbara Bush, mulher de George H. W. Bush, impulsionou a alfabetização e obteve a aprovação da Lei de Alfabetização Nacional, em 1991. Além disso, a primeira-dama criou a Barbara Bush Foundation for Family Literacy (Fundação Barbara Bush para a Educação Familiar, em tradução livre), com o objetivo de fomentar a leitura e o aprendizado das crianças desde cedo. Durante sua estadia na Casa Branca, ela participou como voluntária de numerosas tarefas em favor de diversas causas sociais.

Nancy Reagan: Luta contra o consumo de drogas
Nancy Reagan é conhecida por sua campanha Just Say No (Simplesmente diga não) para combater o consumo de drogas. Seu marido, o ex-presidente Ronald Reagan, aprovou uma lei, impulsionada pela campanha de Nancy, que estabelecia penas mínimas pelo uso ou posse de drogas. Essa legislação também conduziu à criticada “guerra contra as drogas” que resultou na prisão de milhões de pessoas.

Rosalyn Carter: Melhora da assistência a pacientes com problemas de saúde mental
A mulher do ex-presidente Jimmy Carter centrou seus esforços no campo da saúde mental. Rosalyn utilizou seu protagonismo como primeira-dama para ressaltar a importância das doenças mentais e de outros transtornos psíquicos. Graças a seus esforços, ela conseguiu que a aprovação de várias leis para melhorar os centros dedicados a tratar este tipo de pacientes. Rosalyn e seu marido foram os primeiros a convidar um papa para visitar a Casa Branca.

Betty Ford: Igualdade de gênero, homossexualidade e legalização do aborto
Betty Ford, que se definia como uma mulher “normal que teve que entrar em cena” – com relação a seu posto como primeira-dama –, era uma mulher progressista que defendia abertamente a igualdade de gênero, a homossexualidade, a legalização do aborto e do consumo de maconha. Casada com o ex-presidente republicano Gerald Ford, Betty teve problemas públicos por causa do vício em drogas, e não dedicou esforços a nenhuma causa específica. No entanto, foi uma das grandes defensoras das mulheres e “reduziu o estigma social dos dependentes químicos”.

Pat Nixon: Programas de assistência social
Pat Nixon foi uma primeira dama muito ativa durante a presidência de seu marido, Richard Nixon. Pat se dedicava à promoção de programas de assistência social dedicados às classes mais baixas. Também foi uma grande defensora da educação a nível nacional e global.

Lady Bird Johnson: Preservação ambiental
Lady Bird, mulher do ex-presidente Lyndon B. Johnson, se empenhou na luta pela preservação do meio-ambiente e conseguiu aprovar uma lei que leva o seu nome, e estabelece normas para o embelezamento de estradas. Pioneira no campo da ecologia, trabalhou para encher Washington de jardins naturais e acabar com outdoors nas estradas.