_
_
_
_
_

Lamia, a companhia aérea que transportava a Chapecoense

Empresa boliviana é especialista em transporte de times de futebol

Ramón Muñoz
Um dos aviões da linha aérea LAMIA.
Um dos aviões da linha aérea LAMIA.Matt Varley
Mais informações
Chapecoense, uma equipe pequena que faria sua primeira final internacional
O que se sabe até agora sobre a tragédia da Chapecoense
O Chapecoense, uma equipe humilde que ia jogar seu primeira final internacional
Três jogadores, dois tripulantes e um jornalista entre os resgatados

A Lamia (Línea Aérea Mérida Internacional de Aviación) é uma pequena companhia aérea de capital venezuelano surgida no estado de Mérida, embora opere a partir da Bolívia. Foi constituída em 2009 com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento do turismo local, além da prestação de serviço de transporte de passageiros, cargas e correio.

A companhia aérea, à qual pertence o avião fretado que caiu na Colômbia com jogadores e comissão técnica da Chapecoense, oferece voos não regulares e começou a operar a partir do aeroporto Alberto Carnevali, em Mérida; em 2014, pediu uma licença para operar na Bolívia como “operador de pequeno porte”, segundo consta no Certificado de Operação Aérea daquele país. Nos últimos dois anos, sua especialidade vinha sendo o transporte, em voos fretados, de times de futebol sul-americanos e da própria Bolívia.

Sua frota se resume a dois aviões British-Aerospace BAE-Avro 146, com quatro turbinas e capacidade para 90 passageiros. Eles foram adquiridos em fevereiro e março de 2014 já com “idade” de 16,6 e 17,6 anos. A BAE deixou de produzir o modelo em 2001.

A Lamia já transportou vários times de futebol latino-americanos, devido ao seu custo baixo e à flexibilidade de voos fretados. Segundo registra o seu site oficial, “a Lamia Corporation tem como atividades principais a prestação de serviços aéreos comerciais, transportes aéreos não regulares de passageiros, correspondência e carga, tanto nacional quanto internacional, para instituições corporativas, particulares e governamentais e aeronáuticas, com a utilização de aviões e helicópteros de tipo e configuração aprovados pela autoridade aeronáutica da Bolívia”.

O voo que levava o time brasileiro partiu de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, porque a operação dele a partir do Brasil havia sido proibida pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Em nota, a agência afirmou que a Lamia solicitou autorização de voo para o transporte do time para partir para a Colômbia na segunda-feira. "O pedido foi negado com base no Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer) e na Convenção de Chicago, que trata dos acordos de serviços aéreos entre os países. O acordo com a Bolívia, país originário da companhia aérea Lamia, não prevê operações como a solicitada", destacou a nota. "Complementando a negativa do pedido, a ANAC informou ao solicitante do voo que o transporte poderia ser realizado por empresa aérea brasileira e/ou colombiana, conforme a escolha do contratante do serviço, nos termos dos acordos internacionais em vigor", complementou a agência.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_