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Presidente da Chapecoense responsabiliza a Lamia: “Estou revoltado”

Direção do clube diz que tomará medidas legais após autoridades revelarem equívocos do piloto

Felipe Betim
O diretor de comunicação do clube de futebol brasileiro Chapecoense, Andrei Copettti.
O diretor de comunicação do clube de futebol brasileiro Chapecoense, Andrei Copettti.FERNANDO BIZERRA JR (EFE)

O luto da Chapecoense dá lugar à indignação. O presidente do clube, Ivan Tozzo, expressou nesta quinta-feira a um grupo de jornalistas sua revolta depois de saber que o avião da Lamia que caiu na noite da última segunda-feira não tinha combustível suficiente para chegar a Medellín. “É revoltante que o que aconteceu com todas essas vítimas que tenha sido uma falha da companhia aérea e do piloto, que não está aqui agora para falar o que aconteceu. Isso de pane seca...  Não dá para compreender”, afirmou. A aeronave tinha 77 pessoas a bordo, das quais apenas seis se salvaram.

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Horas antes, o gerente de comunicação do clube, Andrei Copetti, tinha usado palavras mais suaves. Disse que os dirigentes estavam preocupados com a “questão humanitária” e que ainda não tinham considerado “possíveis hipóteses sobre o acidente”. Além disso,explicou que a experiência da companhia aérea Lamia em transportar atletas foi o critério adotado na hora de sua escolha. Lembrou ainda que o avião que caiu era “do mesmo tipo usado pela família real da Inglaterra”, o que demonstraria que era seguro.

No entanto, o secretário de segurança aérea da Colômbia, Freddy Bonilla, confirmou na quarta-feira uma das causas do acidente: a aeronave que saiu da Bolívia rumo à Colômbia não tinha o “combustível de segurança estabelecido pela regulamentação”. Ainda estão sendo investigados os motivos pelos quais a Lamia permitiu que sua aeronave voasse sem o combustível necessário. Questiona-se também por que o piloto não aterrissou em Bogotá para reabastecer. De todas as formas, a Direção Geral da Aviação Civil (DGAC) da Bolívia suspendeu nesta quinta-feira as autorizações de voo da Lamia.

Depois da divulgação desses detalhes pela imprensa, o presidente da Chapecoense mudou o tom. Tozzo, o presidente interino do clube, lembrou que o avião tinha autonomia para voar 3.000 quilômetros. “Portanto, não foi um problema no avião, mas de falta de combustível. De pessoas que não aterrissaram para reabastecer”, afirmou. “Não consigo imaginar o que podem ter feito. Como um cara tem autonomia para voar 3.000 quilômetros, mas não tinha margem de segurança para chegar? É complicado”.

Tozzo reafirmou que a Chapecoense continua preocupada em velar seus jogadores e amparar suas famílias. Mas disse que só a partir da próxima segunda-feira vai se reunir com os advogados do clube para discutir uma possível ação contra a companhia aérea.

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