_
_
_
_

STF rejeita prisão de Renan, Sarney e Jucá e abre áudios de Sérgio Machado

Para Teori Zavascki, gravações com conversas sobre a Lava Jato não justificam detenções

Rodolfo Borges
Renan e Jucá no Senado.
Renan e Jucá no Senado.A. A. (AFP)
Mais informações
Leia mais notícias sobre a Operação Lava Jato
Processo sobre Lula volta para Moro, mas Zavascki anula escuta de diálogo com Dilma

O pedido de prisão das duas principais lideranças do PMDB no Senado abalou politicamente o conturbado Governo Michel Temer na semana passada, mas não é desta vez que o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o senador Romero Jucá (RR) e o ex-presidente da República José Sarney vão parar na cadeia. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tinha pedido a prisão sob a alegação de que os três estariam tramando para obstruir as investigações da Operação Lava Jato, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki não enxergou nos atos dos peemedebistas razão para prisão.

“Ao contrário do que sustenta o procurador-geral da República, nem se verifica — ao menos pelos elementos apresentados — situação de flagrante de crimes inafiançáveis cometidos pelos aludidos parlamentares, nem há suficiência probatória apta, mesmo neste momento processual preliminar, a levar à conclusão de possível prática de crimes tidos como permanentes”, diz o ministro em sua decisão. Dias antes do pedido de prisão, o vazamento de gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado expôs reclamações dos três políticos em questão em relação à condução da Lava Jato.

Zavascki destacou que os diálogos expostos nas gravações “não se mostram à altura de agentes públicos titulares dos mais elevados mandatos de representação popular”, mas considerou que, “por mais graves e reprováveis que sejam as condutas”, o que está ali revelado não é suficiente para justificar as prisões. “Não houve, aqui, a indicação de atos concretos e específicos que demonstrem a efetiva atuação para interferir nas investigações", avaliou.

Delação de Machado sem sigilo

"O teor das conversas gravadas, por si só, não constitui motivo suficiente para a decretação da prisão preventiva. Indispensável seria que o Ministério Público indicasse condutas concretas aptas a formar um convencimento minimamente seguro sobre o risco alegado”, decidiu o ministro. Ao negar as prisões, Zavascki também rejeitou pedidos de busca e apreensão e retirou o sigilo dos depoimentos da delação de Sérgio Machado, o que pode se transformar em novos capítulos da trama em breve.

Por outro lado, Zavascki concedeu prazo de cinco dias para que a defesa do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se manifeste sobre pedido de prisão feito por Janot. “Diante da indevida divulgação e consequente repercussão do pedido ora formulado intime-se o requerido para, querendo, manifestar-se em até cinco dias”, decidiu o ministro. Nesta terça-feira, Cunha já tinha visto o Conselho de Ética da Câmara aprovar o pedido de sua cassação e o Ministério Público Federal bloquear seus bens.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_