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Conselho de Ética pede cassação de Eduardo Cunha

Colegiado aprova, por 11 X 9, relatório que agora vai ser submetido do plenário da Câmara

Tia Eron, que votou sim pela cassação.
Tia Eron, que votou sim pela cassação.Wilson Dias/Agência Brasil
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O Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta terça, por 11 votos contra 9, relatório que pede a cassação do mandato de Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara. Os parlamentares endossaram o texto de Marcos Rogério (DEM-RO), que defende que Cunha perca o mandato por quebra de decoro parlamentar. Segundo ele, há provas robustas de que Eduardo Cunha recebeu vantagens indevidas no esquema de corrupção da Petrobras investigado pela Operação Lava Jato e mentiu sobre o fato à Comissão Parlamentar de Inquérito que investigava as irregularidades na petroleira. O relatório tem de ser, agora, submetido ao plenário da Câmara. Se aprovado, o peemedebista, que conta ainda com aliados na Casa, será, por fim, cassado. 

Acompanhe as últimas notícias sobre o pedido de cassação de Eduardo Cunha:

O pedido de prisão de Renan, Jucá e Sarney não chegou a ser confirmado oficialmente pela PGR. Ele se baseava na suspeita de que os três peemedebistas estavam tramando para obstruir as investigações da Operação Lava jato. Relembre: http://cort.as/hbs5
O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki negou neste início de noite pedido da Procuradoria-Geral da República para prender o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-senador e ex-presidente da República José Sarney.
Linha de frente contra Cunha comemora resultado
A íntegra da nota de Cunha
Eduardo Cunha reagiu à aprovação do Conselho de Ética. Após ele próprio manobrar para alongar o processo por vários meses, o deputado afastado reclama de que houve várias "nulidades" e promete recorrer na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)
Em março de 2015, em outra entrevista para o EL PAÍS, Cunha se disse perseguido pela Lava Jato. Na época, ele também disse que era contrário ao impeachment de Rousseff, que classificou como "golpe". Depois, decidiu pela abertura do processo. Leia aqui: http://cort.as/hbmm
O protagonismo de Cunha na crise política começou quando ele articulou com o "Centrão" e a oposição para assegurar a presidência da Câmara, contrariando um acordo feito com o PT. Na época, ele falou com a repórter Talita Bedinelli sobre o assunto: http://cort.as/hbmF
Há, entretanto, um enorme temor de que, ao se sentir abandonado, Cunha resolva fazer uma delação premiada que comprometeria seus antigos aliados. E isso poderia provocar um terremoto político no Governo.
A saída de Cunha, aliado de Temer, pode ser positiva para o Governo interino porque seriam feitas novas eleições para a presidência da Câmara e Temer asseguraria um aliado. E também porque acaba o constrangimento de o presidente interino ter sua imagem associada a Cunha
No Plenário, serão necessários 257 votos contra Cunha. Ele precisaria garantir, portanto, 256 votos. O grupo que ele controla, o chamado "Centrão" tem atualmente cerca de 220 votos. O repórter Afonso Benites explicou o papel do grupo nesta reportagem de maio: http://cort.as/hblE
Parlamentares comemoram a decisão.
Após o voto de Tia Eron, Wladimir Costa (SD), que defendeu Cunha durante toda a sessão, mudou de ideia e votou a favor do parecer. Com isso, não houve empate e o placar ficou em 11 a 9.
Se ela fosse favorável ao relatório, haveria um empate de 10 a 10 e o presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR) teria que decidir. Ele era contrário a Cunha.
A derrota de Cunha não era prevista. Até o final da sessão ainda não era certo que o relatórioseria aprovado. A decisão final seria, pelas contas dos parlamentares, de Tia Eron, que era vista como aliada de Cunha, mas havia dado declarações favoráveis ao relatório.
A partir da publicação da decisão no Diário Oficial da decisão do conselho será aberto um prazo de cinco dias úteis para que Cunha recorra na Comissão de Constituição e Justiça da Casa.
O processo agora vai para o Plenário da Câmara, onde Eduardo Cunha terá mais dificuldade para conseguir se livrar da punição.
Por 11 votos a 9, o Conselho de Ética aprova o parecer que pede a cassação do deputado Eduardo Cunha. Foram oito meses de trabalho, o tempo mais longo de um processo na comissão.
Placar até o momento: Sim, 10 X Não, 9.
Sandro Alex (PSD) vota "sim". O último a votar é o relator.
Placar até o momento: Sim, 9 X Não, 9.

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