_
_
_
_

OMS adverte que vacina contra o zika só deverá ser testada em 18 meses

O organismo recomendou que as grávidas “considerem adiar” viagens aos países afetados

María R. Sahuquillo
Equipe faz fumigação contra o mosquito ‘Aedes’ no Distrito Federal, em 11 de fevereiro.
Equipe faz fumigação contra o mosquito ‘Aedes’ no Distrito Federal, em 11 de fevereiro.ADRIANO MACHADO (REUTERS)
Mais informações
Estudo reforça a relação do zika vírus e a microcefalia em bebês
Brasil afasta o fantasma do vírus de seus Jogos Olímpicos
Cancelamentos de viagens pelo vírus ainda são pontuais
“Combater o zika tentando apenas erradicar o mosquito não funcionará”
Dengue infectou mais gente do que apontam os dados oficiais
O medo do zika vírus é exagerado?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu nesta sexta-feira que os testes em grande escala das possíveis vacinas contra o zika vírus não começarão antes de 18 meses. Não existe vacina nem tratamento contra a doença, que na maioria das pessoas causa apenas sintomas leves (febre, mal-estar, dor e eventualmente urticárias) ou mesmo sintoma nenhum. Por enquanto, cerca de 15 laboratórios e agências nacionais de pesquisa trabalham para buscar uma imunização. Os dois projetos mais promissores são os do Instituto de Saúde dos Estados Unidos e do laboratório indiano Bharat Biotech. Já os exames de diagnóstico da doença serão mais rápidos e poderão estar prontos em questão de semanas, esclareceu a diretora-adjunta da OMS, Maria Paule Kieny. Atualmente, 20 empresas e laboratórios participam dos testes desses exames diagnósticos.

O anúncio do organismo ocorre apenas um dia depois do Ministério da Saúde do Brasil garantir que, dentro de um ano, será possível testar a primeira vacina contra o zika vírus. Ainda segundo o Governo, a disponibilização da imunização para a população deverá demorar cerca de três anos, um prazo considerado otimista tendo em vista o tempo de produção de outras vacinas, como a contra a influenza A (H1N1), que levou quase quatro anos.

Além disso, a OMS recomendou às grávidas que “considerem adiar” viagens programadas a países onde foi detectado o zika vírus. A recomendação acompanha sugestões semelhantes feitas por autoridades sanitárias dos Estados Unidos e Europa, devido à suspeita – ainda não comprovada cientificamente – de que existe uma associação entre o vírus e o desenvolvimento da microcefalia fetal. O vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, está presente atualmente em 33 países das Américas, sobretudo no Brasil, e a suposta associação com a microcefalia já havia levado a OMS a declarar alerta sanitário mundial dias atrás.

“As mulheres grávidas devem avaliar com seu médico seus planos de viagem e considerar adiar suas viagens a qualquer zona onde tenha sido detectada uma infecção por zika”. O organismo observa, no entanto, que não há nenhuma restrição às viagens para pessoas que não estiverem grávidas.

Apesar de limitada às grávidas, a recomendação – somada a alertas feitos por outras agências e Governos – pode ter duros efeitos para o setor turístico dos países afetados, sobretudo o Brasil, que espera receber mais de dois milhões de turistas para os Jogos Olímpicos do Rio, em agosto. Alguns atletas que competiriam no evento já cogitam desistir, e o Comitê Olímpico dos EUA afirmou que seus esportistas não serão punidos se tomarem essa decisão. O Quênia – potência das corridas de fundo – também declarou que cogita não levar sua delegação ao Rio.

Apesar dos crescentes indícios, ainda não há provas contundentes de que o zika vírus seja o causador do aumento de casos de microcefalia detectado no Brasil, nem da sua associação com a síndrome neurológica de Guillain Barré. Estabelecer a casualidade exige estudos que levarão semanas ou meses, conforme esclareceu Kieny.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_