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China confirma o primeiro caso de zika vírus, mas descarta risco de contágio

Trata-se de um homem de 34 anos que voltou recentemente da Venezuela

Macarena Vidal Liy
Pesquisador do zika vírus em Cingapura.
Pesquisador do zika vírus em Cingapura.EDGAR SU (REUTERS)
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A China confirmou nesta quarta-feira seu primeiro caso de infecção pelo zika vírus. Trata-se de um homem de 34 anos, natural da província de Jiangxi (sudeste), que havia viajado recentemente à Venezuela, segundo informações da Comissão de Saúde e Planejamento Familiar à agência de notícias Xinhua. O paciente está internado sob quarentena e se recupera com normalidade dos sintomas da doença, que incluem urticárias e febre.

O paciente começou a apresentar os sintomas da doença em 28 de janeiro, quando ainda estava viajando, e foi internado em 6 de fevereiro, um dia depois de regressar ao seu país via Hong Kong e Shenzhen, na província de Cantão (sul). O homem trabalha numa empresa de Dongguang, importante centro industrial nessa mesma província.

Segundo a Comissão de Saúde, o risco de contágio é “extremamente baixo”. O mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, não está presente na província de Jiangxi, embora exista em Cantão. No entanto, as temperaturas típicas do inverno chinês impedem que o inseto se mantenha ativo.

As autoridades de Hong Kong reforçaram as inspeções nos acessos fronteiriços após a notícia de que o paciente passou por esse território autônomo. Apesar de até o momento não terem sido detectados casos do vírus na ex-colônia britânica, o mosquito é endêmico na região. O secretário de Saúde de Hong Kong, Ko Wing-man, já havia alertado nesta semana sobre a possibilidade de que os primeiros casos começassem a ser detectados.

No começo deste mês, a Organização Mundial da Saúde declarou emergência sanitária internacional por causa do zika vírus. Suspeita-se – ainda sem confirmação científica – que ele esteja relacionado a um aumento dos casos de microcefalia em recém-nascidos, uma condição que pode causar alterações no desenvolvimento normal da pessoa.

Entre os sintomas da doença, que, se contraída por adultos, desaparece sem deixar sequelas, estão a febre, erupções cutâneas, ardor nos olhos e dor de cabeça. O vírus se expandiu rapidamente pela América central e pela América do Sul. O Brasil é o país mais atingido.

A China havia anunciado na semana passada a implantação de medidas para evitar possíveis casos, entre elas a exterminação maciça de mosquitos.

A Universidade de Sun Yat-Sem de Cantão começará no próximo mês um projeto piloto que procurará diminuir a fertilidade dos mosquitos, segundo divulgou nesta quarta-feira o jornal China Daily, que cita o microbiologista do centro educacional Xi Zhiyong. Um teste semelhante realizado no ano passado para controlar um foco local de dengue, segundo o jornal, conseguiu reduzir em 90% a população desses insetos. 

Outros países asiáticos também anunciaram a adoção de medidas preventivas. O escritório da OMS para o Pacífico Ocidental, em Manila, afirmou que enquanto o mosquito Aedes estiver presente na região, “é possível prever que o vírus aparecerá”.

Até agora, foi registrado um caso neste ano na Tailândia, onde se registram, em média, cinco casos a cada ano. Também foi registrado um outro no Taiwan, um homem proveniente da Tailândia. Na Malásia, embora ainda não tenham sido registrados casos, o vírus “pode avançar rapidamente” se for introduzido, segundo admitiu o Ministério da Saúde do país. Na Austrália, foram registrados dois casos da doença.

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