_
_
_
_

Brasília inicia 2016 com impeachment em pauta e Cunha na mira do STF

Presidente da Câmara vai questionar no STF os trâmites decididos para o impedimento da presidenta Cunha também terá de enfrentar, no próprio STF, o pedido de seu afastamento feito pela PGR

Rodolfo Borges
Eduardo Cunha na Câmara em 26 de janeiro.
Eduardo Cunha na Câmara em 26 de janeiro.Andressa Anholete (AFP)
Mais informações
Supremo devolve o impeachment de Dilma à estaca zero na Câmara
O Supremo se impõe, de novo, em meio ao caos total em Brasília

Após dois meses e meio de congelamento, a política brasileira promete começar o ano de 2016 na mesma intensidade com que terminou 2015. Em 17 de dezembro, último dia antes do recesso parlamentar, o Supremo Tribunal Federal (STF) mudou os rumos do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que havia sido aberto semanas antes pela Câmara. Naquele mesmo dia, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, sob a acusação de usar o cargo em benefício próprio. E Brasília entrou em stand by.

Nesta semana, Cunha volta a comandar com mão de ferro as sessões plenárias da Câmara, nas quais o Governo tentará dar sequência à aprovação de seu atropelado ajuste. Mas sua permanência no comando da Casa pode ser mais curta do que o esperado mandato de dois anos. Além de já estar se defendendo no STF contra o pedido de afastamento apresentado por Janot, classificado pelo deputado como "uma peça teatral", o presidente da Câmara é alvo de um processo por quebra de decoro que se arrastou semanas no Conselho de Ética, e que deve voltar a se reunir em fevereiro.

Caso sobreviva no cargo frente às pressões, Cunha promete concluir até março a parte que cabe à Câmara no processo de impeachment contra a presidenta Dilma. O presidente da Câmara informou que deve questionar o STF sobre a decisão que deu mais poderes ao Senado sobre o impeachment antes mesmo da publicação do acórdão, que é a decisão final do tribunal sobre o tema. “Mesmo que tenhamos que reiterar depois da publicação, já há jurisprudência de que esses embargos podem ser apresentados com base nos votos dos ministros”, disse.

O avanço ou sepultamento do impeachment será definido em meio a disputas partidárias no Congresso e a comissões de inquérito com as quais a oposição pretende seguir desgastando o Governo. Além das CPIs do BNDES e dos Fundos de Pensão na Câmara, Cunha autorizou o início de uma comissão para investigar um esquema no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão do Ministério da Fazenda — uma outra CPI será criada para apurar irregularidades na Fifa. Enquanto isso, os deputados do PMDB elegem um novo líder, numa disputa entre o governista Leonardo Picciani e o ex-presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta, que deve definir a posição da bancada no impeachment.

Votações

É nesse ambiente tumultuado que o Governo vai tentar aprovar a CPMF, como Dilma reforçou na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico na semana passada, para tentar colocar suas contas e as dos governos estaduais nos trilhos. A presidenta também voltou a mencionar a necessidade de fazer uma reforma da Previdência, mas o Palácio do Planalto ainda não apresentou ao Congresso uma proposta sobre o assunto.

Apesar dos apelos da presidenta, que alcançaram até a oposição na semana passada, ela não deve comparecer ao parlamento na abertura dos trabalhos do Legislativo em 2016. Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, há 90% de chance de ele mesmo representar o Governo este ano, já que "é praxe" que o chefe da Casa Civil represente a Presidência no ato — com exceção do primeiro ano de mandato.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_