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Conselho de Ética mantém processo contra Cunha, que ataca o PT

Cunha atribui ao Governo mandados da PF no dia em que Conselho decide seguir processo

Cunha concede entrevista no dia 7 de dezembro.
Cunha concede entrevista no dia 7 de dezembro.UESLEI MARCELINO

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira a continuidade do processo contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), por quebra de decoro parlamentar. Acusado de mentir sobre a existência de contas na Suíça durante audiência da CPI da Petrobras, e alvo da operação Lava Jato da Polícia Federal, o deputado pode ter seu mandato cassado no final do processo. O parecer preliminar do relator, o deputado Marcos Rogério (PDT-RO), que defendia a continuidade da investigação contra Cunha, foi aprovado por 11 deputados. Nove parlamentares votaram contra e um se absteve. Em entrevista coletiva, o presidente da Câmara atribuiu os mandados cumpridos pela PF a uma ação do Governo. "O PT há anos assalta os cofres públicos. Não me parece que ninguém do PT é sujeito a operação", disse Eduardo Cunha. "Causa muita estranheza essa concentração no PMDB sendo o dia da votação do Conselho de Ética". Ele descartou renunciar à presidência da Casa.

Votaram a favor do relatório preliminar: Arnaldo Faria Sá (PTB-SP), Fausto Pinato (PRB-SP), Júlio Delgado (PSB-MG), Leo de Brito (PT-AC), Marcos Rogério (PDT-RO), Nelson Marchazan (PSDB-RS), Paulo Azi (DEM-BA), Sandro Alex (PPS-PR), Valmir Prascidelli (PT-SP), Zé Geraldo (PT-PA), Rossoni (PSDB-PR). Votaram contra o relatório preliminar: Cacá Leão (PP-BA), Erivelton Santana (PSC-BA), Paulo Pereira (SD-SP), Ricardo Barros (PP-PR), Vinícius Gurgel (PR-AP), Washington Reis (PMDB-RJ), Wellington Roberto (PR-PB), João C. Bacelar (PR-BA), Manoel Junior (PMDB-PB). A abstenção foi do presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), que de acordo com o regimento só vota em caso de empate.

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Questionado sobre se anunciaria sua renúncia, Cunha foi taxativo: "Em hipótese alguma".
Sobre a decisão do Conselho de Ética de hoje, diz: "É para jogar pra plateia. Vou apresentar meu recurso, naturalmente".
"Eu sou absolutamente inocente", diz Cunha. "A transcrição da delação não bate com o vídeo da delação. Mas tudo bem. Estamos aqui sujeitos como qualquer brasileiro a ser investigados. Não tenho nenhum problema da minha parte. Mas estranho".
"O assalto da Petrobras foi feito pelo PT", insiste Cunha em coletiva de imprensa. "[A operação da PF] é um sinal de que eles não têm provas", argumenta. "Eu sou um desafeto do Governo, todos sabem disso. Nada mais natural que eles busquem a revanche".
"Causa muita estranheza essa concentração em cima da gente", continua Cunha. "Estranho profundamente".
"Todos nós sabemos que foi o PT que assaltou o país. E aí de repente fazem uma operação contra o PMDB. Tem alguma coisa estranha do ar", diz Cunha. "Só aqueles que não são do PT são alvo de operações até agora".
Eduardo Cunha fala sobre as buscas da PF em suas residências em Brasília e no Rio: "Até aí nada demais. Eu mesmo falei que acordo às 6h da manhã e que a porta da minha casa estava aberta".
O julgamento de Cunha pelo Conselho de Ética só será concluído entre março e abril do ano que vem. Tudo depende de dois fatores: se haverá recesso parlamentar e se o peemedebista renuncia ou não à presidência da Casa.
Os aliados de Cunha recorrerão à Comissão de Constituição e Justiça para anular a decisão que impediu o pedido de vistas do relatório de Marcos Rogerio.
A abstenção foi do presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), que de acordo com o regimento só vota em caso de empate.
Votaram contra o parecer preliminar: Cacá Leão (PP-BA), Erivelton Santana (PSC-BA), Paulo Pereira (SD-SP), Ricardo Barros (PP-PR), Vinícius Gurgel (PR-AP), Washington Reis (PMDB-RJ), Wellington Roberto (PR-PB), João C. Bacelar (PR-BA), Manoel Junior (PMDB-PB).
Votaram a favor: Arnaldo Faria Sá (PTB-SP), Fausto Pinato (PRB-SP), Júlio Delgado (PSB-MG), Leo de Brito (PT-AC), Marcos Rogério (PDT-RO), Nelson Marchazan (PSDB-RS), Paulo Azi (DEM-BA), Sandro Alex (PPS-PR), Valmir Prascidelli (PT-SP), Zé Geraldo (PT-PA), Rossoni (PSDB-PR).
Termina a sessão no Conselho de Ética da Câmara.
Em resumo: o Conselho de Ética da Câmara decide continuar investigado o presidente da Casa, Eduardo Cunha.
Após a defesa de Cunha, o relator terá 40 dias úteis improrrogáveis para apresentar relatório com parecer final pela cassação ou não do mandato. O relatório deverá, então, ser votado pelo Conselho de Ética.
Com o relatório preliminar aprovado, uma cópia da representação será remetida para Eduardo Cunha. O acusado tem prazo de 10 dias úteis para apresentar sua versão dos fatos, o que inclui a defesa escrita, indicar provas e testemunhas (no máximo oito).
Placar da votação: 11 a favor do parecer do relator, 9 contra e 1 abstenção. Conselho aprova o parecer preliminar do relator Marcos Rogério.
Faltam os votos de 3 dos 21 deputados titulares: Paulinho da Força, Ricardo Barros e Sergio Brito. Araújo vai dar um prazo de 5 minutos para que apareçam. Caso contrário, vai convocar os suplentes.

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