Brinquedos e velas para Alicia, a menina atirada de uma sacada na Espanha
Vizinhos montam um altar improvisado junto ao lugar onde a criança, filha de uma brasileira, caiu
“O brinquedo de pelúcia maior eu dei de presente para a minha filha quando ela tinha cinco meses. Agora ela tem dois filhos. Hoje o damos de presente a Alicia, que em paz descanse.” Essa moradora, que na noite de segunda-feira saiu assustada ao escutar os gritos de uma discussão na qual uma menina de 17 meses, filha de uma brasileira de 18 anos, foi atirada por uma sacada do primeiro andar de um edifício na cidade de Vitoria, na Espanha, não conseguia conter as lágrimas na manhã desta quarta. O bebê morreu no hospital na noite de terça-feira.
Como ela, outros tantos moradores da rua Libertad foram deixando velas e brinquedos de pelúcia junto ao poste de luz onde Alicia caiu, atirada pelo homem supostamente surpreendido pela mãe da criança abusando dela. O detido – que tem 30 anos e trabalhava como professor de saxofone no Conservatório da cidade de Vitoria – chegou a confessar o crime em suas primeiras declarações aos investigadores, mas depois passou a negar tudo. A mãe permanecia hospitalizada nesta quarta-feira.
“Sua ausência não anulará seu esquecimento. Seu sacrifício não será em vão. Graças a você seremos mais valentes e lutadoras. Não permitiremos que ninguém nos oprima nem nos manipule. Não, não mais. Nunca mais. Descanse em paz, A.", diziam as mensagens de condolências e lembrança.
As cenas de dor não deixam de se repetir desde o fim da noite desta terça-feira. A menina morreu pouco depois das 21h (18h, no horário de Brasília). Horas depois, os moradores começaram a se concentrar junto ao número 14 da rua Libertad.
Várias crianças que iam para a escola perguntavam aos seus pais por que havia brinquedos de pelúcia na pacata rua, onde crimes como esses não são comuns. Uma menina com mochila nas costas queria deixar seus livros lá para que a pequena “lesse no céu”. Todos se perguntavam o que pode levar um ser humano a atirar uma criança no vazio. A Prefeitura e as Juntas Gerais da província de Álava prometem fazer novas manifestações. Já a associação feminista Clara Campoamor entrará com uma ação privada contra o acusado, pedindo a aplicação da prisão permanente revisável (espécie de prisão perpétua), num caso que qualifica como “brutal”.
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