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China debocha dos EUA em uma animação feita com peças como as de Lego

Agência oficial de notícias chinesa difunde um vídeo em que a Estátua da Liberdade conversa com um guerreiro de Xian sobre o coronavírus

Captura do vídeo em que a China zomba das autoridades dos EUA.

A China divulgou uma animação curta-metragem intitulada Once Upon a Virus (“Era Uma Vez um Vírus”) que debocha da resposta dos Estados Unidos ao coronavírus, e usa figuras do tipo Lego para representar os dois países: um guerreiro Xian e a Estátua da Liberdade. E ambos com uma máscara. O vídeo, postado em 29 de abril no canal do YouTube da Xinhua, a agência de notícias oficial chinesa, já foi reproduzido milhões de vezes e compartilhado em milhares de perfis no Twitter, incluindo os de diplomatas e legações chinesas como a de Paris.

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A funeral service worker wearing a mask and protective coveralls carries flowers during the funeral of Munuse Nabi, who died from the coronavirus disease (COVID-19), at a cemetery in London, Britain, April 28, 2020. Picture taken April 28, 2020.    To match Special Report HEALTH-CORONAVIRUS/BRITAIN-ELDERLY    REUTERS/Peter Nicholls
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(FILES) This file photo taken on March 10, 2020 shows a medical staff member holding samples from patients infected by the COVID-19 coronavirus before a nucleic acid test at Red Cross Hospital in Wuhan in China's central Hubei province. - Companies, schools and individuals across China are lining up to be tested for the virus as the country rises back to normal life after largely taming the epidemic. (Photo by STR / AFP) / China OUT / TO GO WITH Health-virus-China-tests,FOCUS by Qian Ye
EUA e Europa pressionam China por respostas sobre a covid-19 e aprofundam crise diplomática
WASHINGTON, DC - APRIL 30: Police investigate the scene where a shooter opened fire on the Cuban Embassy on April 30, 2020 in Washington, DC. According to authorities, no injuries have been reported after a gunman used an assault rifle to open fire on the embassy early on Thursday morning.   Sarah Silbiger/Getty Images/AFP
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Cuba e Estados Unidos voltam aos piores tempos da Guerra Fria

A cortina se abre enquanto começam os acordes de The Entertainer, a música popularizada pelo filme Golpe de Mestre. No palco, de um lado, uma figura semelhante às de Lego, representando um dos célebres guerreiros de terracota de Xian, coberto com uma máscara. Do outro, a Estátua da Liberdade com o rosto descoberto. Vai ter início uma sátira sobre como a China encara a estratégia dos Estados Unidos —e as críticas do presidente Donald Trump— para conter o coronavírus.

Os dois países, cuja relação se deteriorou a passos gigantescos durante o mandato de Trump, estão engalfinhados em uma guerra de recriminações sobre a origem e o gerenciamento da pandemia. O presidente dos EUA diz acreditar que o novo coronavírus se originou em um laboratório de Wuhan, o foco inicial da pandemia que já infectou mais de três milhões de pessoas em todo o mundo. Ele também acusa a China de ter ocultado informações nas primeiras semanas, impedindo o restante do mundo de responder adequadamente à pandemia, e afirmou que poderia exigir pagamentos como reparação por parte da China. Na semana passada, o republicano chegou ao ponto de insistir em que a gestão da pandemia na China era uma prova de que o país “faria todo o possível" para que ele perdesse as eleições de novembro.

Diplomatas chineses, por outro lado, vêm argumentando que o vírus pode ter entrado em seu país trazido por soldados norte-americanos que participaram dos VII Jogos Militares Mundiais realizados naquela cidade em outubro. A China também nega categoricamente ter interesse em interferir nas eleições nos EUA. Embora o YouTube e o Twitter não possam ser acessados na China, seus diplomatas usam essas ferramentas para espalhar suas mensagens.

No vídeo de animação de menos de dois minutos divulgado pela Xinhua, a China debocha dos comentários de Trump em que ele minimizou a crise desde que Pequim anunciou a descoberta da nova doença no final de dezembro. “Descobrimos um novo vírus”, anuncia o guerreiro de terracota. “E daí?”, responde a Estátua da Liberdade. “É apenas uma gripe”.

O guerreiro continua a listar uma série de recomendações e marcos na luta da China contra a pandemia, e a estátua responde com frases trumpianas ao mesmo tempo em que fica cada vez mais vermelha, vitimada pela febre, e é conectada a uma sonda intravenosa. "O vírus não é perigoso. Mas milhões de chineses morreram. Mas o vírus não é perigoso. Nós temos razão. Embora estejamos nos contradizendo”, afirma a estatueta que representa os Estados Unidos. O monumento acusa constantemente o guerreiro de ter mentido e ocultado informações.

“Vocês estão ouvindo a si mesmos?”, pergunta o guerreiro. “Nós sempre temos razão, mesmo que estejamos nos contradizendo”, insiste a estátua, agora coberta com máscara. “É isso o que gosto em vocês, norte-americanos: a consistência de vocês”, conclui o guerreiro chinês.

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