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Em sua melhor versão na Copa América, Brasil despacha Peru e vai à final

Neymar decidiu outra vez, com linda jogada para Lucas Paquetá marcar o gol da vitória. Seleção agora espera o vencedor no confronto entre Argentina e Colômbia para disputar o bicampeonato

Outra vez decisivos, Paquetá e Neymar comemoram o gol com dancinha no Nilton Santos.
Outra vez decisivos, Paquetá e Neymar comemoram o gol com dancinha no Nilton Santos.AMANDA PEROBELLI (Reuters)
Diogo Magri
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Pela segunda edição consecutiva, o Brasil está na final da Copa América. A classificação veio com uma vitória sobre o Peru por 1 a 0 nesta segunda-feira, 5 de julho, no estádio Nilton Santos, Rio de Janeiro, com gol de Lucas Paquetá em linda jogada de Neymar, assim como no jogo anterior. Com um primeiro tempo primoroso e um segundo tempo seguro, a seleção carimbou a vaga na decisão numa atuação que reforça o status de favorita ao bicampeonato, novamente jogando em casa. O palco da final é o mesmo de 2019: o estádio Maracanã, no próximo sábado, às 21h (horário de Brasília). O adversário depende do resultado da outra semifinal, Argentina x Colômbia, a ser disputado nesta terça-feira (6) em Brasília.

O cartão vermelho de Gabriel Jesus contra o Chile obrigou Tite a mexer em seus 11 titulares para a semifinal. O atacante Everton Cebolinha foi o escolhido para substituir Jesus. Além dele, Lucas Paquetá, que entrou no intervalo e marcou o gol da vitória contra os chilenos, foi escalado no lugar de Roberto Firmino. Assim, o Brasil começou com Ederson no gol; Danilo, Thiago Silva, Marquinhos e Renan Lodi na defesa; Casemiro, Fred e Paquetá no meio-campo; e Richarlison, Neymar e Everton no ataque.

No primeiro tempo, foi vista uma seleção brasileira em sua melhor versão do ano. Com Casemiro e Paquetá controlando o meio-campo, muita movimentação e uma ágil troca de passes, o Brasil empilhou chances com Neymar, Richarlison e Cebolinha concluindo dentro da área, além de perigosos chutes de longe disparados por Casemiro. Não fossem alguns milagres do goleiro peruano Gallese, o Brasil teria marcado duas ou três vezes antes dos 20 minutos. O único gol, no entanto, veio aos 34 minutos: Richarlison enfiou para Neymar, que chamou os defensores rivais para dançar na ponta-esquerda. O camisa 10 driblou dois zagueiros, passou pelos buracos do criticado gramado e serviu Lucas Paquetá, que abriu o placar batendo de canhota. O domínio brasileiro na etapa inicial deixou o Peru no lucro ao perder só por 1 a 0.

Se o ataque brasileiro brilhou no primeiro tempo, a etapa final começou com a defesa sendo mais exigida. O Peru voltou do intervalo mais ofensivo e, logo aos quatro minutos, criou uma jogada pela direita que terminou em boa defesa de Ederson. O ímpeto peruano só diminuiu com o passar do tempo, o que fez os donos da casa retomarem o controle do jogo e não terem a vantagem ameaçada. Tite ainda testou Everton Ribeiro no lugar de Cebolinha. Depois, Fabinho, Militão e Vinicius Junior substituíram Fred, Richarlison e Lodi e, já nos acréscimos, o treinador ganhou tempo ao trocar Paquetá por Douglas Luiz. O 1 a 0 perdurou, assim, até o apito final.

Foi a segunda vitória do Brasil sobre a seleção peruana nesta edição da Copa América. Na primeira fase, os brasileiros já haviam goleado os peruanos por 4 a 0, no mesmo estádio. O mesmo aconteceu na edição passada da competição, quando o time de Tite bateu o Peru na terceira rodada e na final. Não à toa, a seleção andina é o adversário mais frequente de Tite no comando do Brasil: são sete jogos no total, com seis vitórias brasileiras e uma peruana.

A ótima atuação brasileira ainda não fez com que a Copa América caísse na graça da maioria dos brasileiros. Única emissora a transmitir a semifinal na tv aberta, o SBT ficou em segundo lugar na audiência de São Paulo e Rio de Janeiro, as duas principais praças do país, perdendo para o fim do Jornal Nacional e a reprise da novela Império na Globo durante todo o jogo. Nos trending topics do Twitter, Neymar (em primeiro lugar) e Peru (em terceiro lugar) foram os assuntos relacionados ao jogo que figuraram nos 10 assuntos mais falados. Em compensação, a reprise da novela global Salve-se quem puder foi responsável por quatro termos no top 10 no momento da partida, entre os quais estavam as atrizes Juliana Paiva e Flavia Alessandra.

Assim como todos os adversários que a seleção brasileira enfrentou na Copa América, o Peru também registrou casos positivos de covid-19 durante a realização da competição. Segundo as contas do Ministério da Saúde, foram detectados 165 casos do vírus relacionados ao torneio desde o seu início, sendo 37 jogadores ou membros de delegação, 125 terceirizados e três funcionários da Conmebol. Em 28 de junho, o MS havia divulgado 198 positivos, mas não esclareceu porque o número total, acumulado de 11 de junho a 4 de julho, abaixou.

O adversário brasileiro na final sai do confronto entre Argentina e Colômbia, programado para essa terça-feira, 6 de julho, em Brasília. Além do contexto decisivo, o jogo tem tudo para ser o principal desafio brasileiro pelo nível do outro finalista. Se for a Argentina, a seleção tem pela frente sua maior rival no continente, uma equipe liderada pelo inspirado Messi e uma das únicas seleções que conseguiu derrotar Tite desde que ele foi contratado pela CBF. Já se for a Colômbia, o Brasil enfrentará a única seleção para a qual saiu perdendo nesta edição da Copa América. Pela terceira rodada do grupo B, os colombianos chegaram a fazer 1 a 0 no placar, mas os brasileiros viraram no último minuto. Os brasileiros buscam o bicampeonato seguido da Copa América, que seria o 10º título canarinho na competição.

“Eu estou torcendo para a Argentina, eu quero a Argentina” foi o pedido de Neymar, entre risos, na entrevista após o fim do jogo. Em seu pronunciamento, Tite justificou a queda de desempenho na segunda etapa pelo “desgaste físico e mental”, já que a seleção teve o menor intervalo de descanso entre as quartas de final e a semi. “O Brasil mereceu porque fez um grande primeiro tempo, poderia ter traduzido em gols, não fez, e com o passar do tempo a capacidade de enfrentamento, a mobilidade se perdeu aos poucos”, afirmou ele. O treinador alcançou a 45ª vitória em 60 jogos pela seleção, está invicto desde novembro de 2019 e tem como única derrota em jogos oficiais a partida contra a Bélgica, na Copa do Mundo 2018. O Brasil ainda ganhou as últimas cinco finais de Copa América que jogou: 2019, 2011, 2007, 1999 e 1997.


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