Rejeição a Bolsonaro turbina chance de todos os opositores em 2022
Pesquisa Atlas aponta que presidente teria dificuldades para vencer de Haddad e Lula a Doria e Luciano Huck em um eventual segundo turno
![Brazil's President Jair Bolsonaro talks with journalists next his son Senator Flavio Bolsonaro after a meeting with Economy Minister Paulo Guedes in Brasilia, Brazil January 27, 2021. REUTERS/Ueslei Marcelino](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/4PFJV5UFMWAHYL76GQT4EA56WU.jpg?auth=ba7e71d2bbf61c4cac40e7bf8b2e2b213c4f12df7792331fc7a47102b1032cae&width=414)
A crescente crise de imagem vivida pelo presidente Jair Bolsonaro dificultaria suas aspirações à reeleição se qualquer possível nome da disputa em 2022 fosse seu adversário hoje. Uma pesquisa da consultoria Atlas Político mostra que o capitão reformado teria dificuldades de vencer desde figuras mais populares da esquerda, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (impedido no momento de concorrer) e Fernando Haddad até nomes mais centristas como o Governador de São Paulo, João Doria e Marina Silva, incluindo dois de seus ex-ministros: Sergio Moro e Luiz Henrique Mandetta. O levantamento também aponta que para 58% dos entrevistados, o Governo Bolsonaro tem uma imagem negativa —uma porcentagem maior do que a obtida pelas gestões Lula, Fernando Henrique Cardoso e José Sarney.
![Pesquisa Atlas](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/ZDKVLMHEYBFYJHSGFZTOHK6QKY.jpg?auth=4a17fc8fcfad7eda49ffbfcbafd8f8684371ee5c52ac86366f08bb4b09c7a7f8&width=414)
O levantamento foi realizado entre os dias 20 e 24 de janeiro e capta o que diversas pesquisas vêm apontando na última semana: a má gestão de Bolsonaro das crises sanitária e econômica provocadas pela pandemia de coronavírus desidratou sua popularidade. No entanto, o presidente se mantém com uma base fiel alta, o núcleo duro do bolsonarismo, quando se analisa o cenário de primeiro turno. Com Lula na disputa, o atual mandatário brasileiro tem 34,5% das intenções de voto, enquanto o ex-presidente petista obtém 22,3%. Sem Lula, os votos em Bolsonaro se mantêm similares (34,4%), mas a polarização diminuiria e o segundo lugar seria disputado entre Haddad (13,4%), Ciro Gomes (11,6%) e Moro (11,6%). Foram ouvidas 3.073 pessoas por meio de questionários randômicos respondidos pela Internet e calibrados por um algoritmo. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
![Pesquisa atlas primeiro turno](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/WIUJ7UPWR5GQXOVBQP2JEVXTZY.png?auth=1d2fd98739294e1ba860ce5ad43edaf9108c7fc099266d3995003024283b4e9b&width=414)
![Atlas primeiro turno B](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/EBMHSU7FSRD4XM3PIRQ3NG6TSY.png?auth=0247ff08c7b94a4d6825dc61675012d1dbbd844b6ff57fec1ec59e5904127557&width=414)
Em um segundo turno, no entanto, Bolsonaro conseguiria reverter poucos votos dos concorrentes já fora do páreo e, por isso, teria bastante dificuldade para derrotá-los. Em uma disputa com Haddad, por exemplo, haveria um empate técnico, dentro da margem de erro. Bolsonaro captaria 38% dos votos e o petista, 42%. Um cenário parecido com o de uma disputa contra Lula, Ciro Gomes e Mandetta. O ex-juiz Sergio Moro é quem consegue retirar mais votos de Bolsonaro num segundo turno. Mas sua rejeição é alta e, por isso, parte dos entrevistados caminha para um cenário de dúvida ou não-voto (nulo ou branco), causando, novamente, uma situação de empate técnico. Dentre os entrevistados que afirmam ter votado em Bolsonaro na última eleição, 13% afirmam que votariam no ex-juiz num próximo pleito, caso ele estivesse concorrendo. O desempenho eleitoral de Bolsonaro é melhor entre os homens, os que têm entre 25 e 34 anos e os menos escolarizados.
![Segundo turno](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/DBYAFD2NEVHIZOZJ3JYCTZMTO4.jpg?auth=5eb6972d9f2fca1575fc67904f1aeed0ffd08a6af589b11c290a39857e49d130&width=414)
Dados da mesma pesquisa, divulgados no início desta semana, apontam que a gestão de Bolsonaro é rejeitada por seis de cada dez brasileiros. Para 81% dos entrevistados, a situação do emprego é ruim no país e 73% acreditam que o auxílio emergencial deve prosseguir, contrariando a visão do próprio Governo. De acordo com o levantamento, 63% dos entrevistados acreditam que a situação de saúde pública criada pelo coronavírus está piorando e 51,2% defendem a ampliação do isolamento social, outra medida refutada por Bolsonaro desde o início da crise. Também na contramão das posturas do presidente, que já afirmou claramente que não pretende se vacinar, 73% das pessoas dizem que pretendem se imunizar contra a doença. A pesquisa apontou ainda que 53% dos entrevistados apoiam um impeachment.