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Bolsonaro cede e troca comando de ministério-chave na distribuição de emendas parlamentares

Gustavo Canuto será substituído por Rogério Marinho na pasta de Desenvolvimento Regional, que era até então o secretário especial de Previdência e Trabalho

Rogério Marinho e Onyx Lorenzoni, na Câmara em julho de 2019.
Rogério Marinho e Onyx Lorenzoni, na Câmara em julho de 2019.Luis Macedo (Câmara)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demitiu nesta quarta-feira seu quinto ministro desde que iniciou o Governo, há 13 meses. Gustavo Canuto, que ocupava o ministério do Desenvolvimento Regional, foi substituído por Rogério Marinho, que era até então o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. O ato foi oficializado em uma edição extra do Diário Oficial desta quinta-feira, dia 6.

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Marinho é filiado ao PSDB. Foi deputado federal até 2018 e relatou a reforma trabalhista de Michel Temer (MDB). No atual Governo ganhou força por ajudar na articulação política junto ao parlamento na aprovação da reforma da Previdência.

A razão da substituição é justamente a característica política que sobra em Marinho e falta em Canuto, um engenheiro de computação que é servidor público há quase dez anos. Desde o fim do ano passado, dezenas de deputados e senadores se queixaram ao presidente de que o então ministro do Desenvolvimento Regional não os recebia para tratar de demandas, nem de emendas destinadas às suas bases eleitorais. Entre os defensores da queda de Canuto estavam os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), além do líder do Governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

Com orçamento de quase 14 bilhões de reais, o Desenvolvimento Regional assumiu as funções que antes eram do Ministério das Cidades. É responsável por projetos na área de habitação, como o Minha Casa Minha Vida, de saneamento básico e de irrigação de áreas rurais. Se bem administrado, torna-se uma ótima vitrine política eleitoral. Na eleição passada, Marinho concorreu a deputado federal pelo PSDB do Rio Grande do Norte e acabou na suplência.

Canuto não deixará o Governo. Ele foi designado para presidir a Dataprev, uma das empresas de tecnologia da União que a gestão Bolsonaro pretende privatizar até o ano que vem. Dessa maneira, Christiane Almeida Edington foi exonerada da presidência da Dataprev sob críticas de não ter conseguido conduzir adequadamente a empresa.

Por meio de seu porta-voz, Bolsonaro informou que o desafio de Canuto será o de “equalizar, tecnicamente, os desafios enfrentados atualmente pelo INSS”. O Instituto Nacional do Seguro Social registrou mudança recente em seu comando na semana passada. O então presidente do órgão, Renato Rodrigues Vieira, foi trocado no caro por Leonardo Rolim, em decorrência da fila de 1,3 milhão de servidores que aguardam a análise de seus pedidos de aposentadorias. Quem assume a secretaria especial de Previdência e Trabalho será Bruno Bianco Leal, que era o número dois do órgão. Essa foi a segunda troca relevante do Governo neste ano.

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