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Tiroteio em uma escola no Texas deixa vários mortos

Autoridades falam em 10 mortos e 10 feridos, a maioria estudantes. Dois suspeitos foram presos

Policia escolta um grupo de estudantes em escola depois de Santa Fé após tiroteio nesta sexta.
Policia escolta um grupo de estudantes em escola depois de Santa Fé após tiroteio nesta sexta.AP
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A epidemia de tiroteios faz dos EUA uma anomalia no mundo desenvolvido
Atirador de escola na Flórida é um ex-aluno com treinamento militar

A violência armada novamente abala os Estados Unidos. Dimitrios Pagourtzis, um menino de 17 anos, abriu fogo na manhã desta sexta-feira, dia 18, em uma escola em Santa Fé, perto de Houston, no Texas. Pelo menos dez pessoas morreram, a maioria estudantes, e outras dez ficaram feridas, de acordo com as autoridades. A polícia prendeu o autor dos tiros e mais um suspeito. Acredita-se que ambos sejam estudantes da escola, onde também foram encontrados explosivos. A principal dúvida é como o menor conseguiu a arma, já que no Texas é preciso ter pelo menos 18 anos para comprar um rifle e 21 para comprar uma pistola.

As autoridades pediram aos cidadãos que tenham cautela extrema até que os explosivos sejam desativados. "Não toque em nada que pareça suspeito", disse um representante judicial em entrevista coletiva. O presidente dos EUA, Donald Trump, classificou o tiroteio de "ataque horrível". O republicano, que é próximo à indústria armamentista e que até pouco tempo atrás rechaçava endurecer o controle às armas, prometeu tomar medidas para "proteger nossos alunos e proteger nossas escolas".

O drama começou às 7h45 (horário local), quando o atirador começou a abrir fogo, pouco antes do início das aulas na Escola Santa Fé. Um dos feridos é um policial que trabalhava na escola.

Este é o 22º tiroteio em escolas nos EUA em 2018, de acordo com dados da organização pacifista Gun Violence Archive. O novo banho de sangue ocorre três meses depois que um estudante, armado com um rifle militar, matou 17 pessoas em uma escola de ensino médio em Parkland, na Flórida. E, em novembro, um homem matou 26 pessoas em uma igreja em Sutherland Springs, Texas, perto de San Antonio.

A matança de Parkland provocou uma onda de protestos nos Estados Unidos, impulsionada pelo movimento #NeverAgain, que pede um maior controle das armas no país. O clamor dos estudantes fez que o Congresso da Flórida, um dos estados mais próximos da indústria armamentista, aumentasse de 18 a 21 anos a idade mínima para se comprar um fuzil. A Florida também deu luz verde para que um grupo de professores, que passe por treinamento especial, possa ir armado às aulas.

A violência armada transforma os EUA em uma anomalia no mundo desenvolvido. Estima-se que 93 pessoas morram todos os dias de tiros no país, segundo a Brady Campaign, que defende maiores controles. Estima-se que haja quase o mesmo número de armas privadas que cidadãos em um país de 325 milhões de habitantes. O direito de portar armas é protegido pela Constituição e muitos o consideram um princípio sagrado.

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